CPI das ONGs

Thammy diz que apoiou CPI sem saber que padre Júlio Lancellotti era alvo

Vereador disse que se o nome de Júlio Lancelotti estivesse no processo, não teria assinado a favor da investigação. Ele confirmou que fará um requerimento para retirar a assinatura para abertura da CPI

Thammy se defendeu das críticas em vídeo no Instagram. -  (crédito: Reprodução/Instagram (@thammymiranda))
Thammy se defendeu das críticas em vídeo no Instagram. - (crédito: Reprodução/Instagram (@thammymiranda))
postado em 04/01/2024 18:19 / atualizado em 04/01/2024 18:23

O vereador Thammy Miranda (PL), da Câmara de Vereadores de São Paulo, foi criticado por assinar o requerimento de abertura da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) das ONGs, que vai investigar a ação filantrópica da Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Cracolândia, comandada pelo padre Júlio Lancelotti. Em vídeo publicado nesta quinta-feira (4/1), ele alega que o requerimento de abertura não citava o nome do sacerdote.

Segundo o vereador, o nome dele está sendo usado para perpetuar fake news contra a CPI. No vídeo, Thammy lê trechos do projeto que foi apresentado à Câmara de Vereadores de São Paulo. "Em nenhum momento cita o nome do padre Júlio Lancelotti, nem diretamente e nem indiretamente [..] para zelar pelo bem da nossa gente, da nossa população, foi por isso que eu assinei", diz.

Na legenda da publicação, Miranda ainda reconhece o trabalho de Lancelotti. "Tenho admiração, carinho e gratidão pelo Padre Lancelloti que é exemplo para muitos brasileiros de solidariedade e amor ao próximo."

Ao jornal O Globo, o vereador afirmou que Rubinho Nunes, vereador que iniciou a comissão, está fazendo "campanha política em cima". 

"Acredito que 90% dos vereadores que assinou não são contra o padre, assinaram com a intenção de proteger os usuários e as pessoas que moram em torno. Nossa intenção é de proteger e, inclusive, com a ajuda do padre", afirmou. Thammy negou ser conservador e disse que fará um requerimento para retirar seu apoio à CPI. 

Repercussão

Miranda foi criticado ao apoiar a investigação pois foi anteriormente defendido por Júlio Lancelotti. Quando o filho de Gretchen estrelou campanha publicitária de Dia dos Pais e recebeu ataques transfóbicos, Lancelotti veio em defesa de Thammy em suas redes sociais. "O que ofende a tal moral cristã? O pai trans que cuida de seu filho? Ou o abandono, a fome, o desrespeito, o veto ao auxílio emergencial às mães que criam seus filhos sozinhos?", publicou o padre.

Nos comentários do vídeo publicado pelo vereador nesta quinta-feira, usuários questionam o conhecimento de Thammy sobre o projeto: "E que nome estava escrito ao ter assinado? Ou se arrependeu diante da péssima repercussão?"; "Como que assina algo sem saber de quem se trata?"; "Impossível amado .acreditar que vc não leu um do um documentário de uma CPI ??? como assim vc não leu antes". 

CPI das ONGs

A Comissão de Inquérito proposta por Rubinho Nunes (União Brasil) mira entidades que realizam trabalhos comunitários voltados aos dependentes químicos do centro de São Paulo, região conhecida como Cracolândia. São citadas na investigação as entidades Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e o coletivo Craco Resiste.

O ponto de partida da CPI seriam "inúmeras denúncias" recebidas por Nunes acerca da atuação de ONGs na região, que supostamente dão alimentos, mas não acolhem os vulneráveis.

Em suas redes sociais, Júlio Lancelotti negou envolvimento com as entidades citadas. "A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que, por sua vez, não se encontra vinculada, de nenhuma forma, às atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão”.

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