O deputado cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR), ex-procurador da República que chefiou a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, colocou sob suspeita os planos para prender e matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelados pelo próprio magistrado em entrevista a O Globo.
"Quem planejou matar o ministro e quais são as provas desse plano?", escreveu nas redes sociais. "Por que não soubemos dessas pessoas até agora?"
O deputado cassado questiona, por exemplo, por que o ministro não revelou a identidade dos responsáveis por esses planos. O caso está sob investigação na Polícia Federal e tramita em sigilo, o que limita a divulgação de informações para não comprometer o andamento dos trabalhos.
Em entrevista ao Estadão, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que os planos foram descobertos a partir de mensagens em redes sociais recuperadas pela corporação. "Não podemos pagar para ver se essa gente vai ou não executar, se isso é bravata ou não."
Deltan também enfatizou que Moraes estava com a família em Paris no dia 8 de janeiro e que os planos seriam executados naquele dia. O ex-chefe da Lava Jato e ex-deputado está enganado. O ministro não afirmou que os planos de atentado seriam colocados em prática na mesma data dos atos golpistas em Brasília. Na entrevista, Moraes afirma que a ideia prendê-lo em "um domingo".
O ex-chefe da Operação Lava Jato ainda sugeriu que, com a descoberta dos planos, Moraes deveria se declarar suspeito para julgar os processos relacionados aos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O ministro é o relator das investigações e ações penais.
"Essas novas informações não colocam o ministro sob suspeição para julgar todos os réus do 8 de janeiro, já que segundo entendimento do próprio STF, todos estavam ali em turba com um único objetivo, de dar um golpe?"
De acordo com Alexandre de Moraes, bolsonaristas radicais teriam planejado diferentes roteiros para prendê-lo e até executá-lo. O ministro se tornou um dos alvos preferenciais dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, por conduzir investigações sensíveis à sua base de apoio. Moraes afirmou que até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria sido usada para "monitorar" seus passos.
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