O vice-presidente Geraldo Alckmin se encontrou, nesta terça-feira (16/1), com o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, para discutir sobre o acordo entre a UE e o Mercosul. A reunião ocorreu durante viagem oficial do vice à Guatemala.
“Concluí minha visita à Guatemala, representando o presidente Lula, me reunindo com o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell. Discutimos o andamento das negociações de um Acordo Mercosul – União Europeia equilibrado e que traga mais comércio e prosperidade para nossos povos”, afirmou Alckmin em suas redes sociais.
Concluí minha visita à Guatemala, representando o presidente @LulaOficial, me reunindo com o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell (@JosepBorrellF). Discutimos o andamento das negociações de um Acordo Mercosul – União… pic.twitter.com/ndekXwPx6e
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) January 15, 2024
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia estava parado desde o fim de 2023, depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, se manifestou contra o tratado. Durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, COP 28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o líder francês argumentou que os termos do pacto estão em desacordo com o Acordo de Paris — tratado internacional sobre mudanças climáticas, adotado em 2015.
A parceria Mercosul-UE está em fase de revisão entre os países dos dois blocos. Após 20 anos de negociações, o tratado foi assinado em 2019 e, de acordo com o governo brasileiro, deve ser concluído até metade deste ano. Essa é a principal aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na política externa e, se concretizado, será o maior acordo de livre comércio do mundo.
Apesar da justificativa dada por Macron, Lula rebateu dizendo que, na verdade, o presidente francês estava tentando proteger o mercado interno europeu de produtos agrícolas. Isso porque o Brasil é grande produtor de alimentos e os produtores franceses temem sofrer uma concorrência desigual.
A concorrência desfavorável se daria em um cenário de isenção de tarifas para o Brasil, caso o acordo seja realmente firmado. Esse é o principal ponto de discórdia, mas também a maior vantagem do tratado, já que o pacto deve englobar 780 milhões de pessoas residentes nos 32 países, que, juntos, têm um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de R$ 100 trilhões.
Para entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado por todos os 27 países membros da União Europeia. Com a discordância da França, os ânimos envolvendo o acordo ficaram abalados e, em dezembro de 2023, um enviado especial da União Europeia cancelou uma visita ao Brasil para discutir o tema.
Meses depois do atrito, as negociações devem ser retomadas após o encontro entre Alckmin e o representante da UE. “Borrell também manifestou apoio e interesse pela pauta da presidência brasileira no G20 e destacou a necessidade de reconectar nossas regiões”, informou o vice-presidente por meio do X (antigo Twitter).
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