Investigação

PF apreende computador da Abin em endereço de ex-assessor de Ramagem

Operação mira núcleo político que seria beneficiado com informações colhidas durante espionagem ilegal

O computador estava na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuou como assessor do deputado federal Alexandre Ramagem quando ele estava no comando da Abin. -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
O computador estava na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuou como assessor do deputado federal Alexandre Ramagem quando ele estava no comando da Abin. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 29/01/2024 10:33 / atualizado em 29/01/2024 18:06

A Polícia Federal apreendeu um notebook da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um dos endereços visitados pelas equipes policiais durante ação que mira o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), no Rio de Janeiro. A apreensão ocorreu na casa de um militar que atuou como assessor na agência de inteligência durante a operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (29/1) para apurar a rede criminosa que se instalou no órgão para espionar críticos do governo durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

(Atualização: a matéria foi corrigida às 17h57 desta segunda-feira (29/1). Anteriormente, havia sido noticiado que o computador apreendido foi encontrado no endereço de um assessor do vereador Carlos Bolsonaro. A informação estava incorreta.) 

O computador estava na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuou como assessor do deputado federal Alexandre Ramagem quando ele estava no comando da agência. São cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo que cinco deles são em endereços no Rio de Janeiro. A informação sobre a apreensão do computador foi publicada pelo portal G1 e confirmada pelo Correio junto a fontes da operação. A suspeita é de que a estrutura da Abin tenha sido usada para a disseminação de informações falsas e ataques contra opositores do Executivo.

A operação de hoje tem como objetivo identificar os destinatários das informações coletadas dos alvos nas ações ilegais, em que o monitoramento era feito sem autorização da Justiça ou participação do Ministério Público. Uma casa em Angra dos Reis usada por Jair Bolsonaro e seus filhos, Eduardo e Carlos Bolsonaro, é um dos alvos.

O Correio também apurou que Jair Bolsonaro não é alvo nesta fase, mas que estava passando um período de descanso na residência junto com a família, inclusive Carlos, que é alvo.

De acordo com a PF, "os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei".

 

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