
Foragida há mais de um mês na Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) ainda não devolveu o apartamento funcional que ocupa em Brasília. O prazo determinado pela Câmara dos Deputados para a desocupação do imóvel terminou na última sexta-feira (4/7), sem qualquer sinal de cumprimento por parte da parlamentar.
Zambelli responde a um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ação realizada com apoio do hacker Walter Delgatti Neto. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão e está atualmente na lista de foragidos da Interpol.
Segundo as normas da Câmara, parlamentares licenciados têm até 30 dias para deixar imóveis funcionais, após o afastamento formalizado. O afastamento de Zambelli foi oficializado em 5 de junho: sete dias por motivo de saúde e outros 120 por interesse particular — o que significa que, desde então, ela não recebe salário parlamentar. Ainda assim, a deputada permanece ocupando o apartamento, em desacordo com as regras da Casa.
Em nota, a Câmara informou que a deputada será notificada formalmente. Caso não haja a devolução do imóvel, Zambelli poderá ser obrigada a ressarcir os cofres públicos. “Na hipótese de uso indevido do imóvel, o ocupante deverá indenizar a Câmara. O valor da indenização será calculado com base no auxílio-moradia e cobrado proporcionalmente aos dias de ocupação.”
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Com o nome incluído na lista vermelha da Interpol, e sem previsão de retorno ao Brasil, a deputada acumula dívidas políticas e jurídicas. O Correio entrou em contato com a assessoria da parlamentar, mas até a publicação da reportagem não obteve resposta. O espaço permanece aberto para futuras manifestações.
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