Trama golpista

Relatório do IVL foi divulgado por pressão de deputados, diz Costa Neto

Quando questionado se seria do PL a decisão de divulgar os relatórios que apontavam supostas falhas nas urnas, o presidente do partido afirmou que a divulgação foi feita por pressão de parlamentares "que queriam que eu divulgasse a dúvida que nós tínhamos"

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, prestou depoimento na manhã desta terça-feira (15/7) como testemunha do presidente do Instituto Voto Legal (IVL), Carlos César Moretzsohn Rocha, durante audiência realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga o núcleo responsável pela desinformação na trama golpista.

Em 2022, o PL de Jair Bolsonaro contratou o IVL com a incumbência de realizar a fiscalização técnica das eleições daquele ano, afirmou Costa Neto. De acordo com a testemunha, o Instituto foi uma recomendação do senador Marcos Pontes (PL-SP).

Quando questionado se seria do PL a decisão de divulgar os relatórios, Valdemar disse que a divulgação foi feita por pressão de deputados "que queriam que eu divulgasse a dúvida [sobre a confiabilidade das urnas] que nós tínhamos", disse. 

Ainda de acordo com a declaração de Costa Neto, o presidente do IVL atuou com viés técnico e não político. “Ele estava na condição de coordenador técnico para prestar esclarecimentos técnicos”, durante as lives realizadas pelo ex-presidente, antes e depois do segundo turno eleitoral. O contrato assinado entre o PL e o IVL previa, em cláusula, buscar a verificação prevista em lei junto à corte eleitoral.

A divulgação do material que identificou falhas — e foi entregue ao TSE — foi feita contra a vontade do presidente do partido, segundo ele.

“Isso foi inclusive contra a minha vontade. Mas como tinha uma pressão muito grande dos deputados para que a gente deixasse público aquilo e recorresse ao TSE, foi feito então esse movimento”, comentou.

Multa milionária

Com o relatório do IVL que apontava falhas nas urnas finalizado, o PL apresentou uma representação junto ao TSE alegando “desconformidades irreparáveis de maus funcionamento, e pedindo a anulação dos votos das urnas apenas no segundo turno".

A representação foi negada. Para Moraes, então presidente do TSE, o pedido do PL foi “flagrantemente descabido”, e aplicou multa de R$ 22,9 milhões após pedido de recurso apresentado pelo partido. O que foi considerado um “prejuízo enorme para o partido”, lamentou Costa Neto.

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