O governo brasileiro condenou nesta terça-feira (15/7) o fato de a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e o Departamento de Estados dos EUA chamarem o Supremo Tribunal Federal (STF) de "Supremo Tribunal de Moraes". Segundo o Itamaraty, as notas representam uma "nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro".
O Brasil discute, desde a semana passada, estratégias para lidar com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 50% produtos brasileiros importados pelos EUA. Também na semana passada, o Itamaraty convocou o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA para cobrar explicações.
Segundo o governo, as ações de autoridades dos Estados Unidos "não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países". As declarações norte-americanas são percebidas pelo governo brasileiro como parte de uma "defesa do Bolsonaro". “Essa é uma interferência direta (de autoridades norte-americanas à democracia brasileira) é inaceitável”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas desde março sobre questões relativas a tarifas de interesse mútuo e está disposto a dar sequência a esse diálogo em benefício das economias e populações de ambos os países. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores enfatiza que a "equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil".
Confira a nota do Itamaraty na íntegra:
"O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países.
No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação".
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