O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) fez um alerta direto ao Palácio do Planalto, afirmando que se não houver mudança na condução política e diplomática do país, o Brasil continuará sofrendo duros impactos econômicos. A advertência vem na esteira da nova rodada de sanções impostas pelos Estados Unidos, que, segundo o parlamentar, refletem uma guinada estratégica da política externa americana contra países com laços estreitos com regimes autoritários.
“Precisamos separar com clareza dois temas distintos, o chamado tarifaço e as sanções da Lei Magnitsky”, afirmou Luiz Philippe. Ele esclareceu que a legislação norte-americana conhecida como Lei Magnitsky foca em violações de direitos fundamentais, como perseguições políticas e ataques à liberdade de expressão — pontos que, segundo ele, vêm sendo associados ao comportamento recente do Judiciário brasileiro. “Já o tarifaço tem natureza econômica e geopolítica. Trata-se de uma reação direta ao alinhamento do atual governo brasileiro com nações vistas como inimigas estratégicas dos Estados Unidos”, disse.
Para o parlamentar, embora não representem uma interferência direta, as tarifas funcionam como mecanismo de pressão. “Elas atingem os importadores norte-americanos, que passam a ter menos incentivo para comprar do Brasil. Isso enfraquece a economia brasileira, especialmente o setor exportador, e desestabiliza o apoio interno ao Executivo, mesmo que o governo tente explorar politicamente a situação com um discurso de soberania”, destacou.
Segundo ele, o impacto imediato será percebido pelas empresas brasileiras que têm no mercado externo sua principal fonte de receita. “Mesmo sendo uma economia relativamente fechada, o Brasil sofrerá impactos relevantes. As tarifas não são aleatórias, são uma retaliação seletiva, pensada para enfraquecer a base econômica do governo atual”, salientou.
Ele avalia que a única alternativa possível para evitar danos mais severos está na reorientação política do país. “Se quisermos reverter esse quadro, é preciso agir com urgência. Não vejo qualquer sinal de recuo por parte dos americanos. A mensagem é clara. Ou o Brasil muda sua direção, ou pagará caro por suas escolhas”, concluiu.
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