Por Junio Silva — Segundo monitoramento da opinião pública da Quaest, o debate nas redes sociais sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA) ficou marcado por um sentimento majoritariamente negativo em relação à legislação sancionada com 63 vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (8/8).
A pesquisa analisa as menções feitas entre 1 e 11 de agosto e demonstra o impacto da mobilização on-line de opiniões críticas e de apoio ao P.L 2.159/2021. Palavras de ordem como “PL da Devastação” e “Veta tudo Lula” inundaram as redes sociais, alcançando um pico de 10 mil menções em 8 de agosto.
O termômetro do debate digital revela que o sentimento negativo em relação à LGLA cresceu durante a tramitação do projeto de lei, atingindo o auge após a aprovação do Senado em maio deste ano, com 70% das menções negativas, contra 19% positivas e 11% neutras.
Durante o período analisado, o alcance estimado da discussão superou a marca de 50 milhões de usuários por dia, incluindo publicações de celebridades e influencers, como a cantora Anitta, que classificou o projeto de lei como um “absurdo”.
A Quaest também observou que, após os vetos feitos pelo presidente Lula durante a sanção da lei, três narrativas se sobrepuseram nas redes: aqueles que comemoraram a aprovação, mas que criticaram os vetos; aqueles que se mostraram satisfeitos com os vetos; e aqueles que se frustraram por esperar um veto completo.
Metodologia
A Quaest utilizou a metodologia de Social Listening Digital (SLD), que emprega tecnologias para a coleta de menções em plataformas como X, Instagram, Facebook, YouTube, LinkedIn, TikTok, BlueSky, Threads, entre outras e sites de notícias. A análise se baseia em três pilares: o volume total de menções, a taxa de crescimento do tópico e a relevância do evento gerador para o mercado e a sociedade.
Lei Geral do Licenciamento Ambiental
A Lei nº 15.190, de 8 de agosto de 2025, estabelece normas gerais para o licenciamento de atividade ou empreendimento utilizador de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidor ou capaz, sob qualquer forma, de causar degradação no meio ambiente.
Movimentos contrários à aprovação afirmam que o projeto de lei foi aprovado no Congresso com mudanças feitas de última hora e “às escuras”, além de relacionar os futuros efeitos da medida à desastres ambientais como as tragédias de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. O projeto foi apelidado pelos opositores como "PL da Devastação".
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Com a pressão de movimentos sociais e a mobilização digital, o presidente Lula vetou 63 pontos da lei e propôs um novo projeto de lei com redação ajustada a pontos essenciais. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirma que os vetos têm como objetivo preservar a integridade do licenciamento ambiental; garantir os direitos dos povos indígenas e comunidades quilombolas; dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; e incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer sua qualidade.
