O presidente do União Brasil, Antônia Rueda, ofereceu um jantar para diversos nomes da direita brasileira, na noite desta terça-feira (20/8), na residência dele, em Brasília. O encontro reunião líderes partidários, governadores e deputados, e ocorreu logo após a formalização da federação entre o União Brasil e o PP.
Na lista de convidados, governadores que já anunciaram pré-candidatura à presidência da República em 2026. Vale lembrar que o União Brasil tem três ministérios no governo Lula.
Na lista de presentes, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), falou rapidamente ao Correio. "É preciso ter mais encontros assim", disse, ao ser perguntado se o jantar definiria o nome da direita para a presidência.
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Além do chefe do Executivo mineiro, participam do encontro nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Embora seja cotado para representar o bolsonarismo na corrida ao Planalto, ele tem dito que concorrerá à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
Também estiveram presentes os governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi acompanhado da vice-governadora Celina Leão (PP).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), compareceu ao encontro, mas ficou apenas 15 minutos. A jornalistas, ele disse que havia passado no evento apenas para "dar um abraço aos amigos". O clima de amizade ente Motta e políticos de direita ligados ao bolsonarismo passou por turbulência na tarde desta terça, na Câmara, após a aprovação de requerimento de urgência para um projeto de lei sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais.
A urgência entrou na pauta depois de uma reunião de líderes apesar do posicionamento contrário da oposição. A aprovação foi feita de forma simbólica e sem orientação de bancadas. Isso gerou confusão entre deputados bolsonaristas e Motta.
- Leia também: MDB, PL, União Brasil e PP ensaiam união contra Lula
Influência de Bolsonaro
No jantar de governadores ligados à direita, também estiveram presentes os líderes partidários Gilberto Kassab (PSD), Ciro Nogueira (PP) e Valdemar da Costa Neto (PL). O líder do partido que tem Jair Bolsonaro (PL) como filiado descreveu a situação do ex-presidente — em prisão domiciliar por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) — como algo que "deixa qualquer filho doente".
"E o pior não é só ficar preso em casa, é ficar sem isso", afirmou o presidente do PL, referindo-se ao fato de o ex-presidente, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, ficar impedido de usar celular em casa. Perguntado sobre a declaração feita por Caiado de que a direita não precisa depender de Bolsonaro para decidir a escolha do candidato de oposição a Lula, Valdemar apontou ser necessário considerar o campo bolsonarista em prol de uma união.
"Vai estar todo mundo unido (direita) unido no ano que vem. Ninguém quer perder eleição e nós não estamos enfrentando um cidadão inexperiente", afirmou o presidente do PL.
Após o jantar, que acabou por volta das 23h, Ronaldo Caiado falou com a imprensa.
Segundo ele, o jantar simbolizou união da direita contra possível reeleição do presidente Lula. "Isso (a união dita por ele) deixa claro pra população que a centro-direita está definitivamente ciente da sua responsabilidade e que nós vamos para o processo 2026 para ganhar as eleições do PT e do Lula", anunciou.
