
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a programação e decidiu participar da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada na Colômbia, domingo (9/11) e segunda-feira (10). Inicialmente, o petista viajaria para Fernando de Noronha, onde iria inaugurar o novo sistema de energia solar da ilha.
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Ao Correio, interlocutores do Planalto afirmaram que há a previsão do chefe do Executivo viajar, mas sem confirmação no momento. O Ministério das Relações Exteriores também convocou hoje (5) um briefing para a imprensa para quinta-feira (6) para detalhar a participação de Lula na Cúpula, praxe em viagens internacionais confirmadas.
O petista pretende debater, principalmente, a tensão entre Estados Unidos e Venezuela, com possibilidade de ações americanas em solo venezuelano.
Ontem (4), em entrevista a agências internacionais em Belém, o presidente Lula citou que o Brasil levará o tema à Cúpula, mas não mencionou sua participação. Demonstrou ainda preocupação com o cenário na costa venezuelana.
"Nós vamos tentar, na Celac, discutir essa questão da Venezuela, a questão da participação das forças armadas americanas nos mares do Caribe. Não é necessário. Ou seja, a polícia tem todo o direito de fazer o combate ao narcotráfico. Tem todo o direito e responsabilidade de fazer, e os americanos poderiam estar tentando ajudar esses países, não tentando ficar atirando contra esses países", frisou.
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Os Estados Unidos enviaram navios de guerra à costa da Venezuela sob o pretexto de combater o tráfico de drogas. Até o momento, foram 14 ataques a barcos que, supostamente, levariam entorpecentes ao território americano, deixando 61 mortos.
Ataque pode desestabilizar região
Porém, líderes da América do Sul avaliam que a movimentação pode levar a ataques em solo Venezuelano, e cresce a possibilidade de o governo de Donald Trump tentar derrubar o regime de Nicolás Maduro. Trump, por exemplo, autorizou que a CIA, agência de inteligência norte-americana, realize ataques no país sul-americano.
Na entrevista, Lula afirmou ainda que o Brasil quer evitar que a tensão escale a esse ponto, rompendo um histórico sem conflitos armados entre nações na região, e se colocou à disposição para intermediar negociações.
"Eu não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre. Eu disse ao presidente Trump que um problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogo. Se está faltando diálogo, eu me coloquei à disposição", disse o presidente.

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