Segurança pública

No Senado, governador do Rio critica a PF e faz alerta sobre os 'bilhões lavados pelo crime'

Em sessão no Congresso nesta quarta-feira (12/11), Cláudio Castro (PL) defendeu integração entre os entes da Federação no combate ao crime organizado e criticou o domínio territorial de facções

Durante a sessão em homenagem aos quatro policiais mortos em megaoperação, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), fez um discurso sobre o avanço do crime organizado e os desafios da segurança pública no país. Ele criticou a atuação da Polícia Federal (PF) e destacou que o problema vai além das facções, envolve “organizações narcoterroristas” que movimentam bilhões de reais e controlam cadeias produtivas inteiras.

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“Nós vimos o crescimento de barricadas, a chegada desenfreada de armas e cadeias produtivas inteiras dominadas pelo crime organizado”, afirmou Castro. “Essas organizações lavam bilhões de reais. Só o PCC, em dois anos, lavou R$ 32 bilhões. […] Isso equivale a todo o orçamento da segurança pública do Rio de Janeiro em um ano.”

O governador disse ainda que o domínio territorial dessas organizações já reproduz estruturas de poder paralelas, com “armas de guerra”, “impedimento de ir e vir” e “tribunais próprios para punir”. Para Cláudio Castro, o país precisa enxergar que o problema é mais profundo que o enfrentamento de facções.

“O verdadeiro problema está muito longe de ser apenas facção criminosa. O que temos são territórios dominados, com legislações próprias impostas por criminosos”, declarou.

Ao criticar a Polícia Federal, ele aproveitou para elogiar a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reforça a necessidade de integração, retomada territorial e financiamento conjunto entre os entes da Federação no combate ao crime.

“A ação da PF é terrível, mas a decisão do Supremo é fantástica. Ela fala em integração e em retomada territorial. Essa talvez seja a receita do sucesso”, destacou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, na segunda-feira (10), que o momento é de união entre as instituições brasileiras no enfrentamento ao crime organizado. A declaração foi feita nas redes sociais logo após reunião no STF com o vice-presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os 27 procuradores-gerais de Justiça dos estados.

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