O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quinta-feira (4/12) que o governo federal tenha algum tipo de tensão com o Congresso Nacional. Porém, criticou as emendas impositivas, que chamou de "um erro histórico", e disse que o Legislativo "sequestra" metade do Orçamento da União.
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O chefe do Executivo também criticou a derrubada de seus vetos ao marco do licenciamento ambiental, que atribuiu ao agronegócio.
"Vocês acham que nós, do governo, temos algum problema com o Congresso Nacional? A gente não tem. Eu, sinceramente, não concordo com as emendas impositivas. Eu acho que o fato de o Congresso Nacional sequestrar 50% do Orçamento da União é um grave erro histórico", disse o petista durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CNDES), o “Conselhão”, no Palácio do Itamaraty.
"Eu acho. Mas você só vai acabar com isso quando você mudar as pessoas que governam, que aprovaram isso", acrescentou.
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O presidente Lula discursou durante o último encontro do Conselhão neste ano. O órgão reúne empresários, autoridades e representantes da sociedade civil para aconselhar o presidente na formulação de políticas públicas.
A fala ocorre em um momento onde há, sim, tensão entre Executivo e Legislativo. Especialmente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que reagiu mal à indicação do advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Vetos foram para proteger o agro
Lula disse ainda que seus vetos ao marco legal do licenciamento visavam "proteger o agronegócio" de não conseguir vender seus produtos no mercado internacional, que exige cada vez mais, como contrapartida, a proteção ao meio ambiente.
"Essa mesma gente que derrubou os meus vetos, quando a China, quando a Europa pararem de comprar soja, quando alguém parar de comprar nossa carne, nosso algodão, vão vir falar comigo outra vez. ‘Presidente, fala com o Xi Jinping, fala com a União Europeia, fala com a Rússia, fala com não sei com quem’", ironizou.
"Porque eles sabem que eles estão errados. Eles sabem que nós queremos que a nossa produção seja cada vez maior, mas cada vez mais sustentável e cada vez mais limpa", acrescentou.
