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Aerosol ou roll-on, desodorante ou antitranspirante. Quais as diferenças?

O suor nas axilas pode não ser um grande problema, mas acompanhado de odor forte, pode trazer transtornos. Conheça as diferenças entre desodorante e antitranspirante, e as opções de formato dos produtos

por Ailim Cabral
postado em 28/08/2022 09:00
 (crédito:  Ana Essentiels/Unsplashed)
(crédito: Ana Essentiels/Unsplashed)

Antes de sair de casa, após acordar, alguns hábitos são comuns a quase todos os brasileiros. Tomar um banho, escovar os dentes e pentear os cabelos estão entre eles, assim como passar ou borrifar um desodorante nas axilas. O objetivo é neutralizar o mau cheiro que possa surgir em virtude da transpiração excessiva. Mas você sabia que, além dos diferentes formatos, existem diversas funções e objetivos a depender do produto escolhido?

Para começar, a dermatologista Renata Porphirio, do Grupo Giovana Moraes, explica a diferença entre os desodorantes e os antitranspirantes. Os primeiros têm a função de ocultar o cheiro causado pelo contato do suor com as bactérias presentes, de forma natural, na pele de cada indivíduo. Eles reduzem as bactérias, diminuindo as chances de maus odores e ocultando os que possam surgir.

Já os antitranspirantes, como o nome sugere, controlam a umidade com substâncias que diminuem ou bloqueiam as glândulas sudoríparas, impedindo o suor de sair e se misturar às bactérias. Além disso, a diminuição da umidade na região, afasta grande parte das bactérias.

Na hora de escolher o produto ideal, é importante avaliar o que mais incomoda, e as particularidades de seu organismo. Pessoas com pouca transpiração podem optar pelos desodorantes com mais tranquilidade. 

Quem tem a pele mais sensível precisa ter um pouco mais de atenção na hora de escolher. O ideal é fugir dos produtos com álcool em sua composição. Ele é usado por sua ação antimicrobiana, evitando o crescimento de bactérias que causam o mau cheiro, porém, o alto risco de causar irritação, ressecamento e coceira tem feito com que seja abolido das fórmulas mais atuais.

"A recomendação é dar preferência para produtos com aloe vera, camomila e calêndula, extratos vegetais que proporcionam ação calmante, bastante indicados para quem tem pele sensível, já que reduz o potencial de irritabilidade das formulações dos desodorantes", sugere Renata.

Atualmente, além de escolher a função que mais se adequa a seu organismo, é possível se aventurar em uma série de formatos. Além dos mais comuns, como o aerosol e roll-on, existem hoje desodorantes e antitranspirantes em creme, barra e até mesmo em pó. Produtos veganos e naturais também ganham as prateleiras e são boas opções para quem busca uma vida mais livre de industrializados na pele e na higiene.

E engana-se quem pensa que os desodorantes são indispensáveis. A dermatologista Mônica Aribi comenta que muitas pessoas escolhem viver sem desodorantes e antitranspirantes, independentemente do formato ou da textura. "Pessoas que não transpiram em excesso vivem perfeitamente sem eles. Se não há excesso de transpiração ou mau cheiro, elas não sentem a necessidade", completa.

Renata afirma que, mesmo que tenha algum desconforto, é possível investir em opções menos convencionais, como o leite de magnésia. O hidróxido de magnésio atua como desodorante, deixando o pH da região das axilas mais alcalino, além de dificultar a proliferação de microrganismos e o mau odor.

O desodorante pode fazer mal?

Renata Porphirio explica que os maiores riscos estão associados ao cloridrato de alumínio, principal ativo dos antitranspirantes. Ele tem a função de coagular proteínas, formando as estruturas bloqueadoras que fecham os dutos das glândulas sudoríparas.

Esse processo aumenta os riscos de obstrução e inflamação dos poros e glândulas. Mônica Aribi acrescenta ainda que o uso duradouro pode acabar trazendo alguns problemas de pele, como foliculites, miliária e hidradenite, doença inflamatória crônica com a presença de nódulos subcutâneos.

  • Antitranspirante Invisible Dry, da Dove (R$ 15,90) Dove/Divulgação
  • Desodorante Roll-on Proteínas do Leite Vegetal, da Skala (R$ 6,19) Skala/Divulgação
  • Desodorante Aerosol Antitranspirante Feminino Hidratação Intensiva, da Monange (R$ 10,20) Monange/Divulgação
  • Desodorante Antitranspirante Aerosol Masculino Fresh, da Bozzano (R$ 10,20) Bozzano/Divulgação
  • Desodorante em bastão de Magnésio com Esqualano, da Biossance (R$ 139) Biossance/Divulgação
  • Clean Desodorante, em emulsão, da Simple Organic (R$ 79) Simple Organic/Divulgação

Existem ainda estudos e pesquisas que analisam se os sais de alumínio e seus derivados presentes nos antitranspirantes podem ser relacionados a casos de câncer de mama. "A explicação que seria dada para isso é que o alumínio pode ser absorvido pelo organismo e se acumular", comenta Renata.

A médica, no entanto, ressalta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um Parecer Técnico sobre o Uso de Antitranspirantes e sua Relação com Câncer de Mama, indicando que, até o momento, não foram apresentadas provas e dados capazes de confirmar essa relação. As pesquisas e estudos, no entanto, continuam a ser feitas.

Os desodorantes comuns, a depender das substâncias, também podem causar alergias e dermatites, assim como qualquer produto de uso tópico ao qual as pessoas possam apresentar reações alérgicas.

 

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