Neurônios em dia

Novo estudo desconstrói o mito de que os opostos se atraem

Estudo mostra que pessoas com mais semelhanças que diferenças têm mais chance de construir uma relação de longo prazo

Alianças de relacionamento -  (crédito: Eduardo Iff/Divulgação)
Alianças de relacionamento - (crédito: Eduardo Iff/Divulgação)
postado em 15/09/2023 16:58 / atualizado em 15/09/2023 16:59

Uma metanálise, incluindo milhões de casais, acaba de ser publicada pela Nature Human Behaviour e confirma a ideia de que pessoas com mais semelhanças que diferenças têm mais chance de se atrair e construir uma relação de longo prazo. Foram mais de 130 diferentes características pessoais analisadas mostrando que os casais têm entre 82% e 89% desses traços semelhantes. Características ou traços pessoais são, por exemplo, religiosidade, inclinação política, nível educacional, idade da primeira relação sexual, etc.

O estudo tem fortes implicações para pesquisas no campo da genética apontando que a conexão entre os sexos não é aleatória como muitos modelos genéticos preconizam. Casais homoafetivos não foram incluídos neste estudo e estão sendo analisados separadamente pelos autores.

É para casar. Seu DNA dá “match” com o meu.

Como vimos anteriormente, a tal história que os opostos se atraem é mito mesmo. Mas será que a bagagem que carregamos no nosso código genético influencia também a escolha do(a) parceiro(a)? A ciência já mostrou, através da análise de todo o genoma, que o DNA faz diferença, sim. Uma pessoa tem o código genético mais parecido do seu parceiro ou da sua parceira quando comparado ao DNA de outras pessoas com mesmo nível socioeconômico, etnia e origem de nascimento. A genética influencia a escolha do parceiro, mas de forma bem menos expressiva que as características pessoais, o fenótipo.

*Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp, professor do curso de medicina do Unieuro e neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília

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