França

Semana de Alta-costura de Paris começa com desfiles inspirados no Oriente

A diretora artística da linha feminina da Dior, Maria Grazia Chiuri, retomou essa inspiração para reinterpretar a peça em tons bege, sem o corpete dos anos 1950

Modelos apresentam criações para Christian Dior durante a Semana de Moda Feminina de Alta Costura Primavera/Verão 2024, em Paris, no dia 22 de janeiro        -  (crédito: MIGUEL MEDINA / AFP)
Modelos apresentam criações para Christian Dior durante a Semana de Moda Feminina de Alta Costura Primavera/Verão 2024, em Paris, no dia 22 de janeiro - (crédito: MIGUEL MEDINA / AFP)
postado em 24/01/2024 15:02

A Semana da Alta-costura parisiense começou, nesta segunda-feira (22), com inspiração oriental, dos trajes de sultões turcos da Christian Dior aos turbantes de Rahu Mishra e ao uso do vime na coleção da espanhola Juana Martín.

A Dior convidou a artista Isabella Ducrot para decorar o enorme cubo instalado no Museu Rodin para o desfile.

A partir das vestimentas dos sultões do Império Otomano do Palácio de Topkaki, em Istambul, a artista concebeu uma decoração com reprodução dos vestidos.

Por ali desfilaram celebridades convidadas, como Natalie Portman, e do mundo pop, como Rihanna, além de Zendaya e o elenco de "The New Look", nova série da Apple TV sobre Christian Dior, que começa em fevereiro.

A Dior apresentou um desfile aparentemente simples, mas luxuoso em suas matérias-primas.

O moiré, tecido similar ao tafetá, tem a virtude de oferecer diferentes efeitos visuais à medida que a modelo se move. Foi com ele que Christian Dior apresentou uma de suas criações mais famosas, o vestido "La Cigale" ("A Cigarra"), em 1952.

A diretora artística da linha feminina da Dior, Maria Grazia Chiuri, retomou essa inspiração para reinterpretar a peça em tons bege, sem o corpete dos anos 1950. 

Um material "pobre" 

O vime, usado em cadeiras ou na cestaria, é uma matéria-prima "pobre, que tinha que ser trazida para a alta-costura", explicou à AFP a estilista cigana Juana Martín.

"É a expressão de uma Andaluzia transgressora", acrescentou.

Juana Martín usou o material em uma série de criações: um vestido tubo, um bolero ou em um espetacular laço frontal.

O desfile foi intitulado "El Rocío" (O Orvalho) e a água foi representada pelas lantejoulas que recobriam as sapatilhas de Christian Louboutin, na segunda temporada de colaboração dos dois estilistas, ou nos sapatos de salto com pedraria brilhante.

Os babados do vestido de flamenco se tornam rígidos, transformando e empoderando a silhueta da mulher, sem abrir mão da típica estampa de bolinhas.

Sara Chraibi e seus arcos infinitos

Outra estilista do sul, a marroquina Sara Chraibi, apresentou a rica herança árabe em vestidos estampados com arcos infinitos de inspiração oriental.

O indiano Rahul Mishra cobriu suas modelos com turbantes pretos, brancos e dourados.

Por baixo, emerge um vestido bordado e cintilante, que veste a modelo como se fosse um tronco de árvore, deixando seu rosto parcialmente coberto.

Sara Chraibi também recorre ao ouro para embelezar suas modelos, com um vestido de colarinho fechado e capa combinando.

A Semana de Alta-costura parisiense começou nesta segunda-feira e terminará na próxima quinta, após cerca de 20 desfiles.

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