
Mariana Perdomo cresceu dentro da cozinha do restaurante dos pais, em Iporá, cidade goiana com pouco mais de 35 mil habitantes. Ajudava a mãe no preparo das sobremesas e, ao lado das duas irmãs, sempre estava presente nos eventos feitos pelo bufê da família. Quando concluiu o ensino médio, viu os colegas decididos sobre o que fazer e ela não tinha ideia de que caminho seguir. "Foi aí que eu descobri que tinha faculdade de gastronomia na PUC de Goiânia e decidi que era isso que queria."
A jovem, então com 18 anos, mudou-se para a capital e passou a dividir um apartamento, próximo da universidade, com dois primos. "Eu era uma roceira na capital. Nunca tinha viajado, nunca tinha andado de avião", lembra. Logo percebeu que precisava ter novas experiências, mais do que isso, queria ter independência financeira.
Assim, de cara, arrumou um emprego em um empório libanês, que depois se transformou em restaurante, mas percebeu que não gostava de trabalhar no estilo à la carte. Aliás, a paixão pela confeitaria, iniciada lá na infância com a mãe, continuava forte. "No primeiro semestre do curso, eu tive a disciplina de confeitaria. Eu chegava em casa e refazia as receitas aprendidas, dando o meu toque."
Nessa busca constante por independência, Mariana começou a anunciar os seus doces no Instagram, que fazia de madrugada, e a receber encomendas. "Eu fazia faculdade e trabalhava, era o único horário que tinha", conta. Depois de um ano e meio no restaurante, a jovem se desligou e encerrou aquele ciclo. "Foi muito importante para mim, pois me deu responsabilidade e vivi muitas experiências, algumas difíceis, mas enriquecedoras."
Mariana viu-se, então, em uma encruzilhada: procurar um novo emprego ou apostar nos seus doces. Chegou a conseguir uma posição como gerente de produção em uma doceria, mas um dia antes de começar no novo trabalho, "seguiu o coração" e resolveu investir nas suas criações. "Faltava um ano para eu me formar, minha mãe disse que me sustentaria em Goiânia até o fim do curso. Eu dividia o apartamento pequeno com mais duas pessoas, enfim, era um caos."
Somando tudo isso, ainda havia mais um problema: as tortas de Mariana não ficavam em pé. "Elas desabavam na hora que ia entregar, eu passava a maior vergonha", lembra. Nas últimas férias antes da formatura, a jovem foi para Iporá e, como tinham sobrado alguns recheios das tortas, colocou tudo em potes de sorvete e levou para a casa dos pais. "Minha irmã viu na geladeira, comeu um pedaço e disse que era muito bom."
Incentivada pela irmã, Mariana aproveitou as férias para fazer "tortas no pote" e ganhar um dinheirinho. O pai ajudou com as embalagens, ela correu na gráfica local e fez uns adesivos e, com a ajuda da irmã, passou a vender os doces. Foi um sucesso, e ela voltou para Goiânia capitalizada.
Virada de chave
A goiana percebeu que estava na hora de dar um passo maior. Pegou o dinheiro que ganhou nas férias, alugou uma banca em uma feirinha gastronômica que ocorria aos domingos no Centro Cultural Oscar Niemeyer, e comprou os ingredientes para fazer as tortas. "Eu não tinha mais um centavo, reinvesti tudo." Mariana virou duas noites produzindo os doces e, ao final, tinha 220 potinhos em quatro sabores: morango, abacaxi, coco e crema de brigadeiro. "Em uma hora, vendi tudo. Tomei até uma bronca da organizadora da feira porque não tinha levado mais", diverte-se. O ano era 2015.
A jovem, então com 20 anos, percebeu ali uma grande oportunidade de negócio, mas precisava de um espaço maior para preparar os doces. Destemida, em uma semana, alugou um apartamento no subúrbio e comprou uma geladeira. "Fiz da sala a cozinha, transformei um quarto em depósito e dormia no outro quarto", diz. Para conseguir dobrar a produção no domingo seguinte, contou com a ajuda da irmã e de uma amiga. Mais uma vez, as tortas se esgotaram em poucas horas.
A partir daí, o crescimento foi exponencial. Mariana fazia entregas sob encomenda de terça a sexta, participava de uma outra feirinha no sábado, além da de domingo. "Tirava a segunda para fazer as compras e a faxina", detalha. A essa altura, já contava com duas funcionárias. "Tudo aconteceu muito rápido."
Logo a confeiteira percebeu a necessidade de ter um ponto fixo. Seis meses depois daquele primeiro domingo na feirinha, ela abria a sua primeira loja, em setembro de 2015. A essa altura, já contava com quatro funcionários. "Minha mãe me emprestou uma mesa, comprei mais uma geladeira e ampliei a produção." Mais uma vez, o espaço ficou pequeno. Uma loja, de 400m², vagou no mesmo prédio, e Mariana fez a mudança. E mais: transformou o segundo andar na fábrica dos doces.
Um dia, em 2017, a jovem recebeu o convite do iFood para fazer uma campanha promocional na plataforma. "Em uma hora, recebemos 10 mil pedidos e a plataforma travou." Foi aí que a goiana percebeu o quanto tinha crescido.
Carreta itinerante
Como a Perdomo Doces (@perdomodoces) nasceu em uma feira, Mariana conta que seus clientes têm o hábito de levar as delícias para comer em casa. Assim, veio a ideia de criar uma central de delivery, com drive thru. Quando veio a pandemia, ao contrário da maioria das docerias, a Perdomo não sentiu os efeitos negativos. Ao contrário: como já tinha a expertise das entregas, cresceu ainda mais.
Hoje, a doceria conta com três lojas em Goiânia, uma em Anápolis e duas em Brasília, no Conjunto Nacional e no Mané Mercado, além de estar presente nas plataformas de delivery. São mais de 300 funcionários.
Para celebrar os 10 anos da marca, comemorados este ano, Mariana pôs um sonho em prática: criou uma loja itinerante, que funciona dentro de uma carreta refrigerada. "Pegamos, com antecedência, a licença da prefeitura e passamos uma média de três dias na cidade, vendendo nossos doces."
Em seis meses, já foram percorridos mais de 10 mil quilômetros para atender mais de 200 mil pessoas. O plano é, até o fim do ano, chegar à marca de 60 municípios. Hoje, a carreta da Perdomo está em São Paulo, mercado que Mariana também pretende conquistar com, quem sabe, uma loja fixa.
A jovem acredita que um dos motivos para todo esse sucesso é porque ela mudou a forma de as pessoas consumirem doces em seu estado. "Em Goiânia, a confeitaria era algo consumido só pela classe A. As classes B e C recorriam às padarias e às feiras. Meu doce chega a todas as classe sociais", orgulha-se.
Torta Chico Balanceado
Ingredientes para a calda
1 xícara de chá de açúcar
1/2 xícara com menos um dedo de água quente
5 a 7 bananas cortadas (usei nanica), pode usar da sua preferência, menos bananas de fritar.
Modo de preparar a calda
Em uma panela de fundo largo, derreta o açúcar até ficar dourado, igual a calda de pudim (tome cuidado para o açúcar não queimar).
Junte a água quente e mexa com uma colher.
Deixe ferver novamente no fogo baixo até derreter todos os torrões de açúcar.
Feito isso, coloque as bananas picadas e deixe ferver até engrossar. Assim que engrossar, distribua em um refratário de 22cmx33cm e reserve.
Ingredientes para o creme
1 caixinha de leite condensado
1 caixinha de creme de leite
1 e 1/2 xícara de leite integral
4 gemas peneiradas
1/2 colher de sopa de maisena
Modo de preparar o creme
Em uma panela, coloque o leite condensado, o creme de leite, o leite, as gemas e o amido. Misture bem até dissolver.
Coloque no fogo baixo e vá mexendo sempre para não formar grumos. Mexa por uns cinco minutos.
Bata esse creme no mixer ou liquidificador depois de pronto. Essa batida é para deixar o creme lisinho e bonito.
Despeje esse creme em cima das bananas e reserve.
Ingredientes para o merengue (cobertura final)
4 claras
1 e 1/2 xícara de açúcar
Modo de preparar o merengue
Em uma panela, misture as claras e o açúcar e leve para o fogo baixo, mexendo sem parar por três minutos, tirando a panela do fogo por alguns instantes a cada minuto (continuando sempre a mexer para não cozinhar as claras, só derreter o açúcar).
Feito isso, transfira imediatamente para uma batedeira e bata em velocidade máxima até dobrar de volume e virar um merengue branquinho e consistente.
Finalização
Distribua a cobertura em cima do creme e leve para assar a 180?°C até dourar o merengue (mais ou menos 5 minutos).
Depois disso, deixe na geladeira por quatro horas ou coma quentinho! Muita gente gosta de comer quentinho.
Serviço
Instagram: @perdomodoces