A Pernambucanas, tradicional varejista brasileira com foco em vestuário, encerrará a venda de celulares em suas lojas. A decisão foi anunciada em um cenário de crescimento do “mercado cinza” de smartphones, com modelos que chegam ao país de forma irregular.
De acordo com nota enviada pela empresa ao portal NeoFeed, a retirada dos smartphones da loja ocorrerá de forma gradual. A assessoria ainda apontou que o movimento faz parte de uma “estratégia contínua e ampla de negócios, com investimentos em produtos que dão maior margem [de lucro]”.
Ao mesmo tempo, a Pernambucanas também deve fechar algumas de suas lojas, e adequar seu quadro de funcionários. Estima-se que aproximadamente 400 quiosques ou pontos de venda sejam modificados com a saída dos celulares.
Um estudo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontou que a quantidade de celulares contrabandeados vendidos no Brasil saltou de 10% para 25% entre os anos de 2022 e 2023, respectivamente.
Trata-se de um mercado que movimentou cerca de 6,2 milhões de unidades no ano passado, em que aproximadamente 90% dos aparelhos são vendidos por meio de anúncios em marketplaces.
Recentemente, o Magalu foi apontado pela Anatel como líder no combate a celulares sem registro, com 0% de irregularidades.
Atualmente, a rede Pernambucanas não utiliza as suas plataformas online para vender celulares. A comercialização exclusiva em ambientes físicos é considerada uma estratégia “condenada” por analistas, já que grande parte dos consumidores finalizam a aquisição pela internet.
Afinal, pelas plataformas online é possível encontrar preços mais baixos, além de encontrar mais detalhes sobre os modelos desejados. Estima-se que celulares irregulares vendidos na web tenham preços 38% mais baixos, em média.
Além disso, a concorrência também se acirrou com outras plataformas, como vendas em aplicativos de mensagem como WhatsApp e Telegram. As próprias marcas têm reforçado as vendas em seus sites, algumas vezes com brindes extras acompanhando os celulares.
O tema da venda de celulares ilegais tem ganhado destaque nos últimos dias, principalmente por conta das possíveis punições da Anatel contra plataformas como Amazon e Mercado Livre.
Fonte: NeoFeed, Abinee