O Lecar Model 459, carro elétrico 100% brasileiro, já havia conseguido liberação dos órgãos oficiais do país para rodar em testes nas ruas, mas não vai mais ser produzido em massa pela marca.
Flávio Figueiredo Assis, empresário dono da marca, que ganhou o apelido de Elon Musk brasileiro em alusão ao bilionário dono da Tesla, referência em carros elétricos no mundo, anunciou que mudou de ideia após uma “última análise” sobre as condições do mercado nacional para os carros elétricos puros, ou BEVs.
Em comunicado oficial distribuído à imprensa, o CEO da Lecar alegou que a infraestrutura necessária para dar conta de uma frota de carros elétricos ainda é precária no Brasil e que os investimentos para ter uma rede própria de eletropostos, no momento, são inviáveis.
Segundo o empresário, o custo beira R$ 1 milhão por cada eletroposto instalado. Além disso, após ter defendido o uso dos carros elétricos com unhas e dentes, agora o CEO mudou sua visão e afirmou que esse tipo de veículo “ainda não é uma realidade benéfica para o mercado”.
Lecar vai investir em híbridos flex
A mudança de rota não significa que a Lecar vá desistir de investir na eletrificação no Brasil. O CEO da fabricante revelou que o projeto do Lecar Model 459 será adaptado para colocar nas ruas um modelo híbrido flex, tecnologia que também vem ganhando espaço em marcas tradicionais, como Stellantis e Volkswagen, além das chinesas, como a GWM.
Empolgado, o empresário prometeu que a Lecar terá “o primeiro carro elétrico sem tomada do mundo”. Segundo Flávio Figueiredo, o vindouro híbrido flex da Lecar terá condições de rodar até 1.000 quilômetros com apenas 30 litros de etanol no tanque, graças à ajuda da eletrificação para tracionar as rodas.
A alteração nas linhas de produção vai atrasar a chegada do carro eletrificado da Lecar às ruas. O modelo 100% puro estava previsto para ser lançado ainda em 2024, mas, com a adoção do sistema híbrido flex, dificilmente o "Elon Musk brasileiro" mostrará seu novo projeto ao mundo antes de 2025.