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63% das empresas no Brasil acionaram seguro após ataques, diz estudo

63% das empresas brasileiras acionaram seguro cibernético em 2023, mas ainda enfrentam desafios na contratação e implementação de políticas de segurança

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Computador segurança generica -  (crédito: FLY:D/Unsplash)
Computador segurança generica - (crédito: FLY:D/Unsplash)
Guilherme Haas - Canaltech
postado em 03/07/2024 11:42

Em um cenário de aumento constante nos ataques contra as corporações, a adoção de seguros cibernéticos pelas empresas no Brasil está em alta. Segundo um estudo da ManageEngine, 63% das empresas brasileiras que sofreram ataques em 2023 acionaram seus seguros. O índice coloca o Brasil em segundo lugar na América Latina, ao lado da Argentina e atrás apenas do México, que registrou 65%.

A pesquisa da ManageEngine, conduzida pela Dimensional Research, abrangeu quatro países da América Latina: Brasil, Argentina, Colômbia e México. Foram entrevistados 705 profissionais de cibersegurança e líderes de TI de organizações de diferentes portes.

O estudo, realizado em janeiro de 2024, investigou os principais desafios de cibersegurança enfrentados pelas empresas e o impacto da inteligência artificial na detecção e prevenção de ciberataques.

Seguro cibernético e desafios

Os resultados da pesquisa indicam um amadurecimento digital das empresas brasileiras em relação a suas estratégias de cibersegurança. O gerente técnico da ManageEngine, Tonimar Dal Aba, destaca que o cenário de cibersegurança no Brasil está evoluindo: “As empresas estão enfrentando riscos maiores, mas também estão mais preparadas para adotar soluções inovadoras, proteger seus ativos e mitigar riscos de maneira eficaz.”

Levantamento revela amadurecimento das empresas em relação à cibersegurança, mas também desafios e dificuldades na contratação de seguros (imagem: Elements/twenty20photos)

Apesar desse avanço, a obtenção de seguro cibernético ainda enfrenta obstáculos. O levantamento mostra que apenas 48% das empresas relataram facilidade no processo de aquisição da apólice, enquanto 12% o consideraram complexo.

As principais dificuldades incluem a aplicação de políticas claras de segurança e controle de acesso (69%), a avaliação e gerenciamento de riscos (67%) e a aderência a normas de proteção de dados (66%).

Além disso, outros desafios apontados incluem a necessidade de treinamento constante dos funcionários (58%), a criação de planos de resposta a incidentes cibernéticos (44%) e a inexistência de brechas anteriores (35%).

Solicitações negadas

O estudo revela que das empresas que solicitaram o seguro cibernético após um ataque, apenas 6% tiveram suas solicitações negadas. A principal causa das recusas foi a demora na realização do procedimento (42%), seguida pela dificuldade em demonstrar as medidas de segurança adotadas (25%).

A falta de evidências de planos de resposta a incidentes e cláusulas de exclusão nas apólices foram responsáveis por 17% das negativas.

Padrões de proteção de dados

A pesquisa também revela que 81% das empresas brasileiras já estão em conformidade com padrões locais e internacionais de proteção de dados. No entanto, ainda há desafios, como a falta de ferramentas adequadas e a elaboração de relatórios de conformidade.

“Enquanto normas regionais se tornam mais robustas e exigem adequação, parâmetros semelhantes também podem ser exigidos para contratação de uma apólice”, conta Tonimar Dal Aba. “O resultado é a necessidade de melhora contínua nos processos e soluções eficazes de gerenciamento de TI, assim garantindo maior proteção dos sistemas internos e dados de clientes”, conclui.

A análise sobre a adoção de seguros cibernéticos chega em cenário crescente de ameaças digitais no Brasil. Um estudo recente revelou um aumento de 38% nos ciberataques no país no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado.

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