Contrariando a tendência de muitas publishers, a Nintendo não tem planos de utilizar tecnologias de IA no desenvolvimento de jogos. O CEO, Shuntaro Furukawa, afirmou durante Q&A com investidores na última semana de junho que a empresa está aberta a inovações, mas expertise de suas equipes criativas não pode ser substituída por tecnologias.
A criadora do Nintendo Switch e Zelda: Tears of The Kingdom é uma das empresas de games mais bem sucedidas da história, e um de seus diferenciais está na forma como trata seus desenvolvedores. Um dos designers originais do primeiro Super Mario Bros., Takashi Tezuka, continua na empresa até hoje, por exemplo.
“Temos décadas de conhecimento na criação de experiências de jogo ótimas para nossos clientes, e, embora permaneçamos flexíveis em resposta aos desenvolvimentos tecnológicos, esperamos continuar a oferecer valor que é único para nós e não pode ser alcançado apenas por meio da tecnologia”, afirmou Furukawa.
Modelo Nintendo de gestão
Mesmo em momentos de crise, a Big N raramente optou por desligamentos e reestruturação interna para equilibrar contas. Diferente do que foi observado recentemente nos casos da Microsoft e Embracer Group, que fecharam dezenas de estúdios após compras massivas em estratégias de consolidação.
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— Nintendo of America (@NintendoAmerica) February 16, 2018
Enquanto isso, a empresa japonesa utiliza exemplos de falhas, como o do Virtual Boy e Nintendo Wii U, como plataformas de aprendizado. Ao manter seus times de engenheiros e desenvolvedores, é mais fácil identificar os problemas que levaram ao fracasso de vendas em hardwares e games, e resolvê-los no futuro sem precisar treinar e contextualizar equipes do zero.
Utilizar IA Generativa até pode assegurar uma economia de tempo e, principalmente, recursos financeiros em um primeiro momento. Contudo, reduzir custos enxugando equipes criativas quase que invariavelmente implica na queda do padrão de qualidade e, acima de tudo, capacidade de inovação real.
Apesar do nome “ IA Generativa”, na prática, ela é apenas “replicativa” de treinamentos, e provavelmente não seria capaz de criar títulos como Paper Mario, ou The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, jogos que até estão disparados entre os mais criativos e inovadores da Nintendo.
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Fonte: Nintendo do Japão