Países com visto para nômades digitais; veja 5 opções perfeitas

A discussão sobre o teletrabalho para servidores públicos no exterior, levantada recentemente no Congresso Nacional, acendeu um debate sobre o futuro das relações de trabalho no Brasil. Enquanto alguns setores questionam a modalidade, o mundo caminha em outra direção, com a criação de vistos específicos por dezenas de países para atrair profissionais que trabalham remotamente.

Essa tendência global, conhecida como nomadismo digital, permite que pessoas combinem carreira e viagens de forma legal e segura. Para quem sonha em ter o mundo como escritório, essa é a oportunidade de viver em novos lugares sem precisar abandonar a profissão. Vários destinos oferecem não apenas a permissão para morar, mas também benefícios fiscais e um custo de vida atraente.

Espanha: Sol, cultura e boa conexão

A Espanha se consolidou como um dos destinos preferidos dos nômades digitais. O país oferece uma combinação de clima agradável, cultura vibrante, gastronomia rica e um custo de vida relativamente baixo em comparação com outros países da Europa Ocidental. O visto, lançado em 2023, foi projetado para ser descomplicado.

Para se qualificar, o profissional precisa comprovar que trabalha remotamente para empresas fora da Espanha há pelo menos um ano. A principal exigência é a renda mínima, que gira em torno de 2.764 euros mensais (2 salários mínimos) para o solicitante principal, com acréscimos para cônjuge e filhos. O visto tem validade inicial de um ano, mas pode ser renovado por até cinco anos, garantindo estabilidade para quem deseja se estabelecer no país.

• Renda mínima: Cerca de 2.764 euros mensais (2 salários mínimos, cerca de R$17.173,59) para o solicitante principal, com acréscimos para cônjuge e filhos
• Validade: 1 ano, renovável por até 5 anos.
• Benefício principal: Permite viver e trabalhar legalmente em qualquer cidade espanhola e oferece um regime tributário especial, com impostos reduzidos nos primeiros anos.

Portugal: Porta de entrada para a Europa

Vizinho da Espanha, Portugal foi um dos pioneiros na criação de vistos para trabalhadores remotos. O país atrai pelo clima ameno, pela segurança e pela facilidade de comunicação para brasileiros. Cidades como Lisboa e Porto já contam com uma grande comunidade de nômades digitais, o que facilita a adaptação e o networking.

O processo de aplicação para o visto português exige a comprovação de renda mensal de pelo menos quatro salários mínimos do país, o que totaliza cerca de 3.280 euros. É necessário apresentar contrato de trabalho ou de prestação de serviços que valide a atividade remota. O visto permite circular livremente pelos países do Espaço Schengen, uma grande vantagem para quem gosta de explorar.

• Renda mínima: Cerca de 3.480 euros por mês (aproximadamente R$21.622,32
• Validade: Inicialmente para uma estada de um ano, podendo ser convertido em autorização de residência.
• Benefício principal: Acesso ao sistema público de saúde português e livre circulação por 27 países europeus.

Croácia: Belezas naturais e baixo custo

Para quem busca um destino europeu diferente e com um custo de vida mais acessível, a Croácia é uma excelente opção. Com uma costa deslumbrante no Mar Adriático e cidades históricas, o país oferece uma qualidade de vida elevada sem pesar no bolso. O governo croata simplificou o processo para atrair talentos globais.

O requisito de renda é um dos mais baixos da Europa, fixado em cerca de 2.500 euros mensais. Um dos grandes atrativos do visto croata é a isenção de imposto de renda local sobre os ganhos obtidos no exterior. Isso significa que o profissional paga seus impostos apenas no país de origem da fonte pagadora, o que representa uma economia considerável.

• Renda mínima: Cerca de 2.539 euros por mês (aproximadamente R$ 14.900).
• Validade: Duração inicial de até 1 ano e com possibilidade de prorrogação. Após o primeiro ano, duração de renovação por até 18 meses, com mais uma prorrogação de mais 18 meses
• Benefício principal: Isenção total de imposto de renda na Croácia sobre os rendimentos do trabalho remoto.

Emirados Árabes Unidos (Dubai): Modernidade e luxo

Dubai se posicionou como um hub global de negócios e inovação, e seu programa para nômades digitais reflete essa ambição. A cidade oferece infraestrutura de ponta, segurança e um ambiente multicultural. O visto é ideal para quem busca uma experiência de vida cosmopolita e não se importa com um custo de vida mais elevado.

A exigência de renda mensal mínima é de US$ 5.000. Com o visto aprovado, o profissional tem acesso a todos os serviços de um residente, como abrir conta bancária e matricular filhos em escolas locais. A maior vantagem, sem dúvida, é a política de imposto de renda zero sobre ganhos pessoais, o que torna o destino financeiramente muito atraente.

• Renda mínima: 5 dólares por mês (aproximadamente R$ 26.870,51)
• Validade: 1 ano, com possibilidade de renovação.
• Benefício principal: Zero imposto de renda sobre salários e acesso à infraestrutura de uma das cidades mais modernas do mundo.

Costa Rica: Natureza e “Pura Vida”

Saindo do eixo Europa-Ásia, a Costa Rica surge como um paraíso para os amantes da natureza. O país da América Central é famoso por suas políticas de sustentabilidade, biodiversidade e pelo estilo de vida tranquilo, resumido no lema “Pura Vida”. O governo local criou um visto para atrair trabalhadores remotos que desejam aliar produtividade e bem-estar.

Para se qualificar, é preciso comprovar uma renda mensal de 3.000 dólares. O programa oferece benefícios significativos, como a isenção de impostos sobre a importação de equipamentos de trabalho e um carro. Além disso, o rendimento obtido no exterior não é tributado no país, o que simplifica a vida financeira do nômade.

• Renda mínima: 3.000 dólares por mês (aproximadamente R$ 16.100).
• Validade: 1 ano, renovável por mais um ano.
• Benefício principal: Isenção de imposto de renda sobre ganhos externos e permissão para dirigir com a carteira de motorista do país de origem.

O que é exatamente um visto de nômade digital?

É uma autorização de residência temporária que permite a um profissional estrangeiro morar em um país enquanto trabalha remotamente.

Diferente de um visto de trabalho tradicional, ele não exige um contrato com uma empresa local. O vínculo empregatício deve ser com clientes ou empresas de fora do país anfitrião.

Preciso ter um emprego fixo para solicitar esse visto?

Não necessariamente. A maioria dos programas aceita tanto profissionais com contrato de trabalho (CLT, por exemplo) quanto freelancers ou autônomos.

O mais importante é comprovar uma fonte de renda estável e recorrente que atenda ao valor mínimo exigido pelo país. Extratos bancários e declarações de rendimento são geralmente solicitados.

Quais as vantagens de ter um visto específico em vez de usar um de turista?

A principal vantagem é a legalidade. Trabalhar com visto de turista é ilegal na maioria dos países e pode resultar em deportação e proibição de entrada no futuro.

O visto de nômade digital garante o direito de residir e trabalhar legalmente, além de dar acesso a serviços como aluguel de imóveis de longo prazo e abertura de contas bancárias.

O custo de vida nesses países é muito alto?

O custo varia bastante. Destinos como Croácia e algumas cidades de Portugal e Espanha oferecem um custo de vida mais baixo que o de grandes capitais brasileiras.

Já em lugares como Dubai, o custo é significativamente mais alto. A escolha do país deve levar em conta não apenas a renda mínima exigida, mas o orçamento total para despesas.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.