Como a IA é usada por golpistas para criar perfis falsos
A tecnologia facilita a criação de identidades convincentes para aplicar golpes; saiba como as ferramentas são usadas e aprenda a identificar um perfil fake

A inteligência artificial (IA) tornou-se uma ferramenta poderosa nas mãos de golpistas para a criação de perfis falsos em redes sociais e aplicativos de relacionamento. Casos como o do homem que se passou por major para aplicar golpes financeiros mostram como identidades forjadas são usadas para enganar vítimas, e a tecnologia está tornando essa prática ainda mais sofisticada e difícil de detectar.
Criminosos utilizam geradores de imagens para criar fotos de pessoas que não existem. Essas ferramentas de IA produzem rostos realistas, com detalhes convincentes, eliminando a necessidade de roubar fotos de perfis reais, o que facilitava a descoberta da fraude por meio de uma busca reversa de imagens.
Além das fotos, a inteligência artificial generativa, como os modelos de linguagem avançados, é usada para escrever biografias atraentes e mensagens personalizadas. A IA consegue criar narrativas de vida coerentes e manter conversas que parecem genuínas, adaptando o tom e o estilo de escrita para manipular emocionalmente o alvo.
Essa automação permite que um único golpista gerencie dezenas de perfis falsos simultaneamente, aumentando o alcance de suas tentativas de fraude. Em alguns casos, a tecnologia de clonagem de voz também é empregada para criar mensagens de áudio curtas, adicionando uma camada extra de credibilidade ao personagem fictício.
Sinais para identificar um perfil falso
Mesmo com o avanço da tecnologia, alguns sinais podem ajudar a identificar um perfil criado por golpistas com o auxílio de inteligência artificial. Manter a atenção a esses detalhes é fundamental para se proteger de possíveis fraudes, principalmente as de estelionato sentimental.
- Fotos perfeitas demais: Imagens de perfil que parecem ensaiadas, com iluminação impecável e sem nenhuma imperfeição, podem ser um sinal. Fundos genéricos ou levemente distorcidos também são um alerta.
- Pouca ou nenhuma interação social: Perfis falsos geralmente têm poucos amigos, nenhuma marcação em fotos de outras pessoas e um histórico de publicações muito recente ou inexistente.
- Pressa para migrar a conversa: Golpistas insistem em levar o diálogo para aplicativos de mensagens privadas, como o WhatsApp, rapidamente. Isso ocorre para sair do ambiente controlado da plataforma original e ter mais liberdade para aplicar o golpe.
- Histórias dramáticas e pedidos de dinheiro: O enredo quase sempre envolve uma emergência inesperada, como um problema de saúde ou uma dificuldade financeira repentina, que culmina em um pedido de ajuda financeira.
- Recusa em fazer videochamadas: A desculpa mais comum é uma câmera quebrada ou conexão de internet ruim. A verdade é que a tecnologia para gerar vídeos falsos em tempo real ainda não é tão acessível ou convincente quanto a de imagens estáticas.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.