O futuro da direita sem Bolsonaro elegível para as próximas eleições
Com o principal líder fora do páreo, analistas discutem quem pode herdar seu capital político e quais os possíveis cenários para o campo conservador

A confirmação da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, após sua defesa desistir de novos recursos judiciais, reconfigura o cenário político da direita brasileira. A decisão abre oficialmente a corrida pela sucessão de seu capital eleitoral, forçando o campo conservador a buscar um novo nome para a disputa presidencial. O movimento coloca em evidência governadores, parlamentares e até mesmo a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
A principal questão agora é quem conseguirá herdar a lealdade de uma base militante e, ao mesmo tempo, atrair eleitores mais moderados. Sem a figura central de Bolsonaro nas urnas, o debate sobre o futuro do grupo ganha contornos de urgência e estratégia. A ausência de um sucessor natural cria tanto oportunidades quanto riscos de fragmentação.
Os nomes que disputam o espaço
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surge como um dos principais cotados. Sua gestão à frente do estado mais rico do país lhe confere visibilidade e uma plataforma de realizações concretas. O desafio para Tarcísio será equilibrar o perfil técnico com a retórica necessária para mobilizar a base mais ideológica do bolsonarismo.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, também se posiciona como uma alternativa viável. Com um discurso focado na gestão fiscal e em uma agenda liberal, Zema atrai o eleitorado de direita mais tradicional. Sua capacidade de dialogar com os apoiadores mais fervorosos do ex-presidente, no entanto, ainda é uma incógnita.
Michelle Bolsonaro capitaliza sua forte conexão com o eleitorado evangélico e sua popularidade nas redes sociais. Seu poder de influência é inegável, mas a falta de experiência em cargos executivos é vista como seu principal obstáculo para uma candidatura presidencial. Ainda assim, seu papel como cabo eleitoral é considerado decisivo.
Outros nomes do Congresso Nacional também tentam se viabilizar, mas encontram mais dificuldades para construir uma plataforma nacional competitiva. A fragmentação é um risco real, já que nenhum dos potenciais sucessores possui, hoje, o mesmo poder de aglutinação que o ex-presidente demonstrou ter ao longo dos últimos anos.
O apoio de Jair Bolsonaro será fundamental para qualquer candidato que deseje unir o campo conservador. Contudo, a transferência total de seus votos não é garantida. O desafio para o escolhido será construir uma identidade própria, capaz de manter o legado do bolsonarismo sem ficar restrito apenas a ele. A performance dos governadores e a articulação nos próximos anos definirão quem liderará a direita na próxima eleição.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.