Semana de quatro dias: os países onde o modelo já é uma realidade
Enquanto o Brasil debate o fim da escala 6×1, conheça as nações que implementaram a jornada reduzida e quais foram os resultados surpreendentes

Enquanto o debate sobre o fim da escala 6×1 esquenta no Brasil, a semana de trabalho de quatro dias já é uma realidade em diversos países. A proposta, que antes parecia distante, vem ganhando força globalmente como uma solução para aumentar a produtividade e promover o bem-estar dos funcionários, sem reduzir salários.
A lógica do modelo é simples: os trabalhadores recebem 100% do salário, trabalhando 80% do tempo, em troca do compromisso de manter 100% de produtividade. A ideia não é condensar a carga horária de cinco dias em quatro, mas sim otimizar processos para uma jornada de aproximadamente 32 horas semanais.
Os resultados de projetos-piloto ao redor do mundo mostram benefícios claros. Empresas relatam queda no número de demissões, menos casos de esgotamento profissional (burnout) e maior facilidade para atrair talentos. Os colaboradores, por sua vez, apontam melhora na saúde física e mental e mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Países que testam a jornada reduzida
Reino Unido: O país realizou o maior teste global do modelo entre junho e dezembro de 2022, com mais de 60 empresas. O resultado foi tão positivo que 92% delas decidiram manter o formato. Houve uma redução de 71% nos níveis de burnout e de 65% nos dias de licença médica.
Islândia: Considerada pioneira, a Islândia conduziu testes em larga escala no setor público entre 2015 e 2019. O estudo envolveu mais de 2.500 trabalhadores, que passaram a trabalhar entre 35 e 36 horas semanais. A produtividade foi mantida ou até melhorada na maioria dos locais de trabalho.
Bélgica: Desde 2022, os trabalhadores belgas têm o direito legal de solicitar a concentração de suas horas de trabalho em quatro dias. Diferente de outros modelos, a carga horária semanal completa é mantida, mas distribuída em menos dias, garantindo uma folga extra.
Japão: Conhecido por sua cultura de longas jornadas, o Japão também viu resultados expressivos. Em 2019, a filial japonesa da Microsoft testou a semana de quatro dias e registrou um aumento de produtividade de 40%, além de uma redução no consumo de eletricidade e na impressão de papel.
Portugal: Em junho de 2023, o governo português iniciou um projeto-piloto com 39 empresas do setor privado. A iniciativa não tem custos para as companhias e a participação é voluntária. O objetivo é avaliar os impactos do modelo na economia e na qualidade de vida local.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.