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Valorizando a cultura, sem titubear!

Vamos juntos analisar o papel da cultura nos processos de desenvolvimento social, intelectual e artístico das comunidades brasileiras e os riscos de uma sociedade apática e sem referências culturais.

Valorizando a cultura, sem titubear! -  (crédito: Uai Turismo)
Valorizando a cultura, sem titubear! - (crédito: Uai Turismo)
Valorizando a cultura, sem titubear! (Painel de rua "Ilha de Deus", Recife/ PE (Foto: Ubiraney Silva))

Hoje resolvi abordar um tema comum a todos nós – a cultura – e como ela nos impacta no dia a dia. Somos todos agentes culturais pelo simples fato de vivermos em sociedades que carregam hábitos, modos de vida diferentes em cada região do país, tradições religiosas diversificadas, sabores dos mais variados, cores, cheiros e trejeitos costumeiros, que nos ajudam a reforçar de onde e a que viemos!

Por isso, considerando que a cultura tem um papel fundamental nos processos de desenvolvimento social, intelectual e artístico das comunidades brasileiras em geral, orientado pelas diversas segmentações do fazer cultural existentes, imaginei que seria interessante, desenvolver um conteúdo, analisando os impactos positivos e negativos que este setor pode trazer para a sociedade brasileira.

Cultura, motor essencial para o desenvolvimento

Hoje, com o advento do MEI, muitos empreendedores se dedicam ao setor cultural e fazem dele a sua fonte de renda. Por isso, não quis ir muito longe, mas completando estes primeiros 25 anos do século 21, trago essa reflexão, levando em conta a educação no Brasil, a economia, a geração de trabalho e renda, as oportunidades de profissionalização e os investimentos necessários para termos resultados satisfatórios.

É sabido que a cultura, tem sua multiplicidade de expressões e tem sido um motor essencial para o desenvolvimento social, intelectual e artístico das comunidades brasileiras. Ao longo dos próximos anos, o impacto desse setor promete moldar de maneira decisiva a sociedade brasileira, afinal, é nítido o crescente uso das atividades culturais nas ações de desenvolvimento de pessoas e de territórios.

Setores parceiros no processo

Educação

Alguns setores são parceiros efetivos nestes processos. A educação, por exemplo, pode e deve se beneficiar enormemente da integração mais profunda de elementos culturais no currículo escolar. A introdução de disciplinas que valorizem a cultura local e nacional, a meu ver uma necessidade que urge, pode não só enriquecer o aprendizado dos alunos, mas também fortalecer a identidade local e o senso de pertencimento.

No entanto, é imperativo que haja investimento constante em formação e geração de oportunidades de fomento cultural para os professores e obvio, infraestrutura, para que os impactos positivos sejam plenamente alcançados.

Economia

Na esfera econômica, na atualidade especialmente, o setor cultural possui um potencial inegável para dinamizar a economia brasileira. A indústria criativa, que inclui cinema, música, literatura e artes visuais, gera milhões de reais anualmente e emprega centenas de pessoas.

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Com o aumento dos investimentos em cultura, tanto públicos quanto privados, é possível fomentar ainda mais esse segmento, promovendo inovação e competitividade. Por outro lado, a falta atenção, dedicação e investimentos em uma política cultural robusta e contínua, nas cidades de menor porte e mais distantes das capitais, pode levar a uma concentração de recursos nas grandes cidades, deixando áreas periféricas e rurais à margem desse desenvolvimento. Esta é uma questão, que merece mais atenção dos órgãos públicos setoriais nos estados e no governo federal.

Trabalho e renda

A geração de trabalho e renda é outro aspecto crucial. O fortalecimento do setor cultural pode abrir inúmeras oportunidades de emprego, desde posições técnicas até funções mais criativas. O fazer cultural de qualidade, depende de mão de obra qualificada, competente e disposta a promover a prosperidade deste segmento econômico.

Pão de queijo, ícone da gastronomia mineira e símbolo cultural do Estado (Foto: Vinicius Marchi/ Pixabay)

Uma alternativa bastante positiva, é o turismo cultural, incentivado pela valorização de festas tradicionais, museus cada vez mais interativos e centros históricos carregados de história, podem atrair visitantes e movimentar a economia local.

Naturalmente, é preciso assegurar que esses empregos sejam sustentáveis e que as condições de trabalho sejam dignas, evitando a precarização do trabalho cultural. Este é outro ponto de atenção para os gestores públicos e para o mercado de trabalho em geral.

As oportunidades de profissionalização são vastas. Investir em cursos técnicos e universitários voltados para as artes e a gestão cultural pode formar profissionais capacitados para atuar em diversas áreas do setor.

Esses profissionais, por sua vez, irão contribuir para a profissionalização e a institucionalização das atividades culturais. O resultado é a elevação da qualidade e o alcance das produções brasileiras. Temos inúmeros exemplos recentes amplamente mostrados nas mídias, para esta situação.

Contudo, é preciso ter cuidado e um policiamento constante das comunidades culturais, para que a falta de incentivo e de políticas públicas não se tornem rotinas. Isto é primordial, já que os investimentos e as ações de incentivo é que promovam a inclusão social e oportunidades para a diversidade. Temos que ficar atentos ao que possa limitar o acesso a essas oportunidades, perpetuando desigualdades.

Importância do envolvimento de entidades governamentais e iniciativas privadas para a cultura

Sei que estamos no Brasil e nossas realidades sociais, nem sempre permitem tanta atenção por parte dos gestores para o setor cultural, afinal, no rol das prioridades das cidades brasileiras, nem sempre a cultura estará em primeiro plano, mas é importante ressaltar, para que todos esses benefícios se concretizem, os investimentos em cultura devem ser significativos e contínuos, caso contrário, as cadeias produtivas não se estabelecem e voltam ao esmorecimento.

Centro Histórico de Paraty – RJ (Foto: Auluz Auluz/ Pixabay)

O apoio governamental é essencial, mas a participação da iniciativa privada e de organizações não governamentais também é crucial. Projetos de incentivo fiscal, leis de fomento e parcerias público-privadas podem criar um ambiente propício para o desenvolvimento cultural.

Apesar das dificuldades comportamentais dos brasileiros, é mais que lógico, que esses investimentos sejam realizados de maneira transparente e democrática, garantindo que todos os segmentos da sociedade tenham acesso aos louros desse crescimento. Só assim, a cultura poderá cumprir seu papel transformador e contribuir para um Brasil mais justo e igualitário nas próximas décadas. Será que estou muito sonhador??

Exclusão cultural é uma realidade para muitos

Trabalhei uma vida inteira no setor cultural. Acredito de verdade, que a cultura desempenha um papel vital no desenvolvimento social, intelectual e artístico das comunidades brasileiras. Nos próximos anos, queria muito ver o setor cultural promovendo impactos positivos significativos, como promoção da diversidade, inclusão social, empoderamento comunitário e desenvolvimento econômico local, em muito maior escala do que assistimos hoje.

Ainda lamento muito quando constato, andando por aí, que a exclusão cultural continua afetando, principalmente, as populações mais distantes dos grandes centros e das periferias, privando-as de oportunidades de crescimento pessoal e coletivo.

Em muitas cidades, ainda percebemos a falta de investimentos em infraestrutura cultural, em educação artística e programas de inclusão e isso limita o acesso a manifestações culturais diversificadas. Isso só faz aumentar as desigualdades sociais e culturais.

O remédio para isso nós já conhecemos, por isso fico aqui fazendo estas reflexões, na esperança de ser lido e compreendido. Como vim profissionalmente do setor público, acredito muito em políticas públicas eficazes, com investimentos em infraestrutura cultural; programas de arte nas escolas; incentivos à instalação de centros para criação e produção cultural local; promoção de festivais e eventos culturais comunitários; e agora inevitavelmente, o apoio a iniciativas de inclusão digital.  

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Sonho com cidades que acordem e priorizem as formas adequadas de promover acesso à cultura. Bibliotecas comunitárias, centros culturais, espaços de arte disponíveis para o público, programas de rádio, plataformas digitais de mais espaço para a difusão cultural. Além disso, a promoção de intercâmbios culturais, oficinas de arte e projetos de educação patrimonial que só enriquecem a experiência cultural das comunidades.

Bom minha gente, cultura é um direito fundamental e o Brasil que fique atento às ações que garantam esse acesso a todos. Diversidade, inclusão e desenvolvimento sustentável, para isso dependemos de compromisso político, compromisso social e participação da sociedade, investimentos significativos e valorização à todas as manifestações das artes.

Eu acredito em um futuro melhor por meio da cultura bem assistida e bem praticada e você?

Por falar nisso, você ou alguém em sua família prestigia ou faz parte de alguma agremiação que promova a cultura?

Até a próxima!

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ubiraney.silva
UB
postado em 04/02/2025 06:07
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