
O mercado global de produtos e serviços para consumidores muçulmanos, conhecido como mercado halal, será tema central do Global Halal Brazil Business Forum 2025, em São Paulo. Um dos destaques da programação é o painel sobre Turismo Islâmico, uma fatia do setor que movimenta anualmente cerca de US$ 217 bilhões e tem projeção de chegar a US$ 384 bilhões em 2028.
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O painel, intitulado “Halal Green: Desenvolvimento de Destinos e Experiências Sustentáveis”, será realizado no dia 28 de outubro, no WTC Events Center, com início às 9 horas. O evento é gratuito, com vagas limitadas para o formato presencial e transmissão ao vivo pelo canal @CâmaraÁrabeTV no Youtube.
Especialistas Globais Discutem o Potencial Brasileiro
Moderado pelo consultor da plataforma de negócios Salam Gateway Dr. Rafi-Uddin Shikoh, o evento terá a participação da consultora de turismo halal Aisha Colaboreng; do secretário de Turismo do governo paulista, Roberto de Lucena; do coordenador de mercados internacionais da Embratur, Alisson Andrade; e do diretor-geral do Conselho de Turismo da Jordânia, Dr. Abdul Razzak Arabiyat.
A proposta é aprender com destinos que já se adaptaram para receber o turista muçulmano, que possui expectativas específicas. O viajante busca, por exemplo, restaurantes com pratos permitidos (halal), oferta de refeições noturnas durante o Ramadã, quartos adaptados para famílias e louças para abluções rituais.
Mohamad Orra Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira, enfatiza o potencial: “O Brasil pode se beneficiar muito da visita de turistas islâmicos, que movimentam bilhões de dólares todos os anos em destinos que atendem suas necessidades. O turista muçulmano, especialmente o árabe, que está entre os maiores usuários de turismo de luxo do mundo, tem identificações com o Brasil: a natureza, as praias, a alegria do povo, o futebol, que exercem verdadeiro fascínio. Precisamos apenas acolhê-los”.
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Iniciativas nacionais e o desafio da adaptação
Atualmente, a participação do Brasil no mercado de Turismo Islâmico ainda é tímida. Dados da Embratur de 2021 mostram que apenas 19 mil turistas estrangeiros vieram de países muçulmanos. No entanto, o país tem dado os primeiros passos na adaptação.
O Sheraton WTC, que faz parte do complexo onde o Fórum será realizado, é o primeiro hotel brasileiro a conquistar a certificação halal. Da mesma forma, Foz do Iguaçu, que possui uma grande comunidade muçulmana na Tríplice Fronteira, já tem parte de sua rede hoteleira adaptada.
Em 2023, o Grupo FAMBRAS, em parceria com a International Halal Academy, atuou para tornar o Estado de São Paulo um destino “muslim friendly”, no contexto do Programa de Turismo Religioso da Secretaria de Turismo.
Ali Zoghbi, vice-presidente da FAMBRAS Halal, lembra a parceria com a Secretaria de Turismo, que resultou na capacitação de profissionais e no lançamento do Guia de Turismo Halal – São Paulo Estado Muslim Friendly. “O guia apresenta mais de 400 atrativos turísticos que respeitam as tradições islâmicas. Além disso, reúne restaurantes, hotéis com infraestrutura adequada – como tapetes para oração e sinalização para a Meca – e uma lista de mesquitas e serviços voltados para muçulmanos”, detalha Zoghbi.
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Além do painel de turismo, o complexo receberá o Congresso Técnico Científico Halal (CTec Halal) nas tardes de 27 e 28 de outubro, focado em treinamento e qualificação sobre o mercado, por meio da International Halal Academy.
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