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Brasil se destaca no avanço das viagens de luxo

Relatório revela um forte crescimento do setor, mudanças nas preferências dos viajantes e a ampliação das oportunidades de investimento

Brasil se destaca no avanço das viagens de luxo -  (crédito: Uai Turismo)
Brasil se destaca no avanço das viagens de luxo - (crédito: Uai Turismo)
Brasil se destaca no avanço das viagens de luxo (Apesar de ser a maior economia da região, o Brasil continua sendo o mercado de hospitalidade de luxo menos consolidado (Foto: Hyatt Inclusive Collection))

Um novo e detalhado relatório sobre o panorama do turismo de alto padrão em cinco importantes mercados latino-americanos — Brasil, Colômbia, Costa Rica, México e República Dominicana — revela um momento de forte expansão no setor. O estudo, intitulado Latin America’s Luxury Tourism Landscape Research Report, realizado pela Hyatt Inclusive Collection, destaca mudanças significativas nas preferências dos viajantes e aponta para a ampliação de oportunidades de investimento, sobretudo no segmento de luxo em desenvolvimento no Brasil.

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O desafio e o potencial do mercado brasileiro

Enquanto México, Costa Rica e República Dominicana se destacam por seus mercados de luxo maduros, padronizados e bem integrados internacionalmente, Brasil e Colômbia apresentam cenários menos consolidados, mas com um potencial de crescimento explosivo. Para marcas internacionais, a oportunidade de pioneirismo ainda é tangível, especialmente em destinos secundários com fortes atrativos ecológicos e culturais, desde que haja disposição para investir em parcerias locais e experiências culturalmente relevantes.

Apesar de ostentar a maior economia da região, o Brasil continua sendo o mercado de hospitalidade de luxo menos consolidado. O relatório indica que hotéis independentes representam cerca de 60% da oferta total, com investimentos majoritariamente concentrados nas regiões Sudeste e Sul. Em contraste com outros países latino-americanos, o modelo all-inclusive de alto padrão ainda se encontra relativamente pouco desenvolvido no país.

Contudo, o clima de investimento no Brasil está cada vez mais favorável. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país ficou em segundo lugar entre os maiores destinos de Investimento Estrangeiro Direto (IDE) global no primeiro semestre de 2024, atraindo US$ 32 bilhões. No setor específico de viagens, o investimento estrangeiro relacionado ao turismo alcançou a marca de US$ 360 milhões em 2024, superando significativamente os números de 2023, de acordo com o Ministério do Turismo.

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O novo perfil e a busca por autenticidade

As tendências mostram que o turismo de luxo na América Latina está indo além da simples infraestrutura e do conforto material. Os viajantes de alto padrão priorizam a capacidade dos destinos de atender às expectativas em termos de bem-estar, sustentabilidade e autenticidade. Antonio Fungairino, head de Desenvolvimento para a América Latina e Caribe, explica que “Hoje, os viajantes de alto padrão buscam mais do que conforto material; eles querem um valor emocional mais profundo baseado em bem-estar, conexão cultural e sustentabilidade.” Eles preferem destinos que combinem exclusividade e sofisticação sem perder a autenticidade ou a conexão humana.

No Brasil, o setor de luxo evolui com um perfil de viajante típico sendo identificado como uma mulher entre 30 e 49 anos que tem como prioridade o bem-estar, a cultura e a gastronomia. Esse público busca ativamente acomodações 4–5 estrelas que ofereçam atendimento personalizado, uma conexão emocional e experiências exclusivas baseadas em narrativas.

Mercado em expansão: dados e oportunidades

A chegada de visitantes internacionais está em franca aceleração, com o Brasil recebendo mais de seis milhões de turistas estrangeiros em 2024, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Janeiro de 2025 já estabeleceu um novo recorde mensal com quase 1,5 milhão de visitantes internacionais, marcando uma alta de 55% em comparação com o mesmo mês de 2024. A Argentina lidera como principal mercado emissor, seguida por Estados Unidos, Chile, Paraguai, Uruguai e uma crescente presença europeia.

O impacto econômico é notável: o setor de turismo brasileiro gerou um recorde de R$ 207 bilhões (~US$ 37 bilhões) em 2024. Embora o turismo doméstico ainda domine, o valor movimentado por viajantes internacionais responde por um quinto desse total, o maior nível em 15 anos.

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O segmento de luxo, em particular, permanece extremamente promissor. Avaliado em R$ 80 bilhões (~US$ 14,4 bilhões) em 2023, ele tem projeção de atingir R$ 130 bilhões (~US$ 23,4 bilhões) até 2030, segundo a Bain & Company.

Investimento focado em natureza e sustentabilidade

A paisagem brasileira de hotéis de alto padrão, que inclui marcas internacionais, redes nacionais e propriedades independentes, demonstra uma forte atração por destinos de natureza. De acordo com a Brazilian Luxury Travel Association (BLTA), hotéis em áreas rurais e naturais registram taxas anuais de ocupação superiores às de seus equivalentes litorâneos ou urbanos.

Os principais destinos de luxo incluem Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Manaus, o Pantanal e o Maranhão, com hotspots já consolidados, como Fernando de Noronha e Gramado, continuando a demonstrar potencial estratégico.

A sustentabilidade também está moldando o comportamento do mercado: 64% dos hotéis de luxo e 80% dos operadores turísticos apoiam iniciativas comunitárias. As regiões Norte e Nordeste do Brasil apresentam fortes oportunidades para projetos de turismo climático e regenerativo, áreas que atraem investimentos de longo prazo.

Apesar da presença de mecanismos governamentais como o Fungetur e parcerias com o BID e a OMT, investidores ainda enfrentam desafios como burocracia excessiva, tributação complexa e incerteza jurídica, especialmente em relação ao licenciamento ambiental. Contudo, a posição do Brasil está se fortalecendo, sendo o terceiro país na América Latina e no Caribe em projetos greenfield anunciados para o turismo. O turismo, que representa 8% do PIB nacional, sinaliza um forte potencial de médio prazo.

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O cenário tem se mostrado ideal para atrair investidores, e o Brasil, ao lado da Colômbia, é visto como um mercado emergente com grande potencial. A própria Hyatt Inclusive Collection, responsável pelo relatório, planeja expandir seus empreendimentos na região Nordeste nos próximos anos.

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Uai Turismo
Iolanda Loiola - Uai Turismo
postado em 10/12/2025 13:05
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