CRIME

Para quem não viu: briga de vizinhos por vaga com sombra termina em morte no DF


Acusado plantou um coqueiro e determinava que ninguém estacionasse no local

Por Darcianne Diogo, Letícia Guedes, Letícia Mouhamad, João Ribeiro
Pixabay/Reprodução

Discussão

Por volta das 9h30 do dia 6 de fevereiro, Francisco Evaldo de Moura (foto), 50 anos, bateu no portão da casa de Adriano de Jesus, 50, de forma insistente. De acordo com Francisco, o motivo seria que o ônibus do vizinho havia sujado o carro dele e ele exigia que fosse limpo

Material cedido ao Correio

O crime

Câmeras de segurança de residências vizinhas registraram o momento em que os vizinhos se desentendem e Francisco dispara contra Adriano e o filho, Gabriel Ferreira, 20 anos. As vítimas correram para dentro de casa, mas foram seguidas pelo autor do crime, que não parava de atirar

Material cedido ao Correio

Adriano de Jesus

Adriano de Jesus (foto) e a esposa, Elaine Ferreira, 59 anos, gerenciavam uma empresa de transporte escolar, a TransLegal Transporta Escolar - Tia Elaine e Tio Adriano. O homem era querido pelas pessoas do bairro, localizado na QR 408 de Samambaia Norte

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Relato

'Quando meu pai chegou, aconteceu a discussão. Ele (Adriano) pedia para Francisco voltar para casa, porque não queria confusão. Francisco então deu dois passos para trás, sacou a arma e deu os disparos', relatou Gabriel ao 'Correio'

Mariana Campos/CB/D.A Press

Relato

'O primeiro foi na minha direção, mas me esquivei e corri para tentar fechar o portão. Como não consegui, subi para a quadra vizinha para pedir ajuda. Quando liguei para minha mãe, ela contou que ele tinha matado o meu pai. Vim correndo e vi o corpo dele caído no chão', disse o filho da vítima.

Mariana Campos/CB/D.A Press

Relato

'O primeiro tiro pegou na churrasqueira. Adriano correu para atrás da van e foi atingido pelo restante dos disparos. Ele (o marido) ainda conseguiu andar um pouco, segurou em uma pilastra, mas caiu com o rosto no chão', disse Elaine em declaração para o 'Correio'

Mariana Campos/CB/D.A Press

Assassinato

Gabriel não foi atingido. Adriano recebeu quatro tiros — dois no pescoço e dois no tórax — e morreu na hora. Marcas de bala foram encontradas no portão da família e de uma casa vizinha. Após o crime, o autor sai caminhando e retorna para dentro de casa, fugindo pouco tempo depois

Letícia Mouhamad/CB/DA Press

Relato

'Meu marido dava o sustento da minha família. Fazíamos tudo juntos. Agora estou sozinha para cuidar dos meus filhos, meus netos, meu genro e minha nora. Eu não sei o que vou fazer para nos sustentar. Ele (Francisco) acabou com a nossa vida. Tirou o pilar da minha família', lamentou Elaine

Ed Alves CB/DA Press

Coqueiro

Francisco havia plantado um coqueiro na praça pública, onde costumava parar seu veículo por conta da sombra. Gabriel, filho de Adriano, havia estacionado naquele lugar no dia. Como retaliação, Francisco retirou dois carros da garagem e colocou na frente da casa de Adriano, que, ao chegar do trabalho, estacionou o ônibus escolar na porta da casa do vizinho por não haver vaga em outro lugar

Tv Brasília/Reprodução

Tranquilidade interrompida

Adriano morava no local havia vinte anos e cogitava se mudar por conta das confusões de Francisco, que interrompia a tranquilidade do bairro com discussões com moradores e prestadores de serviço por causa de vagas de trânsito, barulho, contas de luz e água

Material cedido ao Correio

Prisão

Francisco foi localizado e preso. Na manhã de domingo (9/2), passou por uma audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida, sendo transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda no dia seguinte. Ele é acusado pelos crimes de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Davi Cruz/CB/D.A Press