Um artigo publicado no início deste ano por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) apresentou uma nova espécie de tatu
UFPR/DivulgaçãoPresente em edição do ‘Journal of Vertebrate Paleontology’, o estudo, que contou com parceria de pesquisador argentino, descreve o ‘Parutaetus oliveirai’
Marcos Solivan/Sucom/UFPRO nome do animal, já extinto, é homenagem ao paleontólogo brasileiro Édison Vicente Oliveira, que descreveu outras espécies extintas de tatu
UnsplashDiferente de todas as espécies do gênero descritas até então, o ‘Parutaetus’ vivia na Curitiba de 40 milhões de anos atrás, segundo matéria publicada pela instituição de ensino
Marcos Solivan/Sucom/UFPRA análise começou a partir de um fóssil tombado no Museu de Ciências Naturais da UFPR, a partir da desconfiança de que ele parecia diferente dos outros
Marcos Solivan/Sucom/UFPR'Notamos que certas características não se encaixavam nas descritas para as espécies de ‘Parutaetus’ já conhecidas', conta ao portal da instituição a pesquisadora Tabata Klimeck
Marcos Solivan/Sucom/UFPR'Após discussões com especialistas em nosso grupo de pesquisa, concluímos que seria uma nova espécie'
Marcos Solivan/Sucom/UFPRDe acordo com o estudo, uma das características dos tatus é a presença de estruturas ósseas que se formam na camada mais profunda da pele
UnsplashEssas estruturas funcionam como uma armadura natural com aberturas por onde saem pelos que cobrem os corpos dos mamíferos
UnsplashOs pesquisadores perceberam que o fóssil do tatu em questão tinha mais aberturas do que os outros e as estruturas ósseas eram mais grossas do que todas as conhecidas até então
Marcos Solivan/Sucom/UFPREssas características provavelmente permitiam, segundo os estudiosos, maior armazenamento de gordura e mais pelos para que houvesse equilíbrio térmico
UnsplashCom essas descrições, portanto, foi possível recriar imagem da capital paranaense na época do Eoceno, que ocorreu entre 56 e 33,9 milhões de anos atrás
Reprodução via Blogs UnicampDe acordo com o estudo — possível devido a vestígios acumulados na Bacia Sedimentar de Curitiba —, a região tinha, nesse período, um clima quente com áreas pantanosas
Creative Commons 0/PXHereConjunto de rochas descoberto nos anos 1960 no Paraná, a bacia conhecida também como Formação Guabirotuba abriga fósseis de animais de idade milionária
Divulgação/Prefeitura Municipal de CuritibaNo local, havia um grande vale onde desaguavam riachos que formavam rios, lagos temporários e pântanos rasos
Divulgação/Prefeitura Municipal de CuritibaSegundo Tabata Klimeck, tratava-se de 'cenário semelhante ao do atual Pantanal'
Reprodução/Governo do Mato Grosso do SulDe acordo com o portal da universidade, a fauna de vertebrados por Curitiba era diversificada: foram encontrados fósseis de peixes, anfíbios, crocodilianos, tartarugas e aves carnívoras gigantes
Sierra por PixabayEntre os mamíferos, foram descobertas sete formas de tatus, chamados também de ‘cingulados’, e vestígios de marsupiais extintos, parentes de gambás e cangurus de diferentes tamanhos
FreepikUm dos tatus descritos em pesquisas anteriores, o ‘Proeocoleophorus carlinii’, chegou a ter o tamanho do atual tatu canastra, maior espécie viva
André Borges/Agência BrasíliaJá o ‘Parutaetus oliveirai’, descrito no último estudo, tinha o tamanho do atual tatu-peludo (‘Euphractus sexcinctus’), que pode chegar a 40 centímetros de comprimento
Charles J. Sharp/CC BY-SA 4.0/Wikimedia CommonsO ‘oliveirai’ é a quinta espécie de tatu do gênero ‘Parutaetus’ descoberta na América do Sul; e os pesquisadores trabalham para identificar mais, com foco nos cingulados da Bacia Sedimentar de Curitiba
UnsplashO conhecimento obtido por meio da descoberta do novo tatu é fundamental, segundo Klimeck, para desvendar a história evolutiva do grupo de mamíferos sul-americanos
Unsplash'Nossa equipe está pronta para produzir estudos de alto impacto e continuar desenterrando histórias que esperaram milhões de anos para serem contadas', finaliza a pesquisadora
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