LUTO

Relembre momentos marcantes da carreira de Francisco Cuoco


O Brasil se despede de um dos maiores ícones da televisão e do teatro. O ator morreu nesta quinta-feira (19/6), em São Paulo, aos 91 anos, após três semanas internado

Por Giovanna Sfalsin
Alex Carvalho/TV Globo

Trajetória

Nascido em 29 de novembro de 1933, no bairro do Brás, na capital paulista, Cuoco teve uma infância simples, trabalhando como feirante ao lado do pai. A paixão pelas artes surgiu ainda jovem, levando-o a abandonar os estudos em direito para ingressar, nos anos 1950, na Escola de Arte Dramática (EAD), hoje vinculada à Universidade de São Paulo (USP)

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Começo da carreira

Foi nos palcos que o ator deu os primeiros passos na carreira, estreando em 1958 ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto na peça 'A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso'. A transição para a televisão veio logo depois, com participações em teleteatros na TV Tupi e, posteriormente, nas novelas da TV Record

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Legião dos Esquecidos

O primeiro papel em folhetins foi em 'Marcados Pelo Amor', mas foi com 'Legião dos Esquecidos', que Francisco Cuoco se consolidou como galã, fazendo par romântico com Regina Duarte — dupla que anos depois voltaria a se encontrar na clássica 'Selva de Pedra'

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TV Globo

A entrada na TV Globo ocorreu em 1970, com a novela 'Assim na Terra como no Céu', de Dias Gomes, em que Cuoco interpretou o padre Vítor, personagem que largava a batina após se apaixonar. Um detalhe curioso dessa época é que ele podia ser visto, ao mesmo tempo, tanto na Globo quanto na TV Tupi, que exibia uma reprise da novela 'Sangue do Meu Sangue'

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Selva de Pedra

Em 1972, viveu Cristiano Vilhena em 'Selva de Pedra', um jovem interiorano movido pela ambição de vencer na vida, mas que, ao longo da trama, quase perde o amor de Simone, papel novamente de Regina Duarte

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Pecado Capital

Em 1975, assumiu aquele que muitos consideram seu personagem mais emblemático: o taxista Carlão, protagonista de 'Pecado Capital', escrita por Janete Clair. No enredo, Carlão enfrenta um dilema moral ao encontrar uma mala com dinheiro de um assalto e ter que decidir entre denunciar o crime ou usar a fortuna para mudar de vida

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O Astro

Dois anos depois, em 1977, Francisco Cuoco brilhou novamente como protagonista de outra novela: 'O Astro', de Janete Clair. Interpretou o personagem Herculano Quintanilha, um ex-golpista que vira vidente e ascende ao mundo dos negócios

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Anos 80 e 90

Ao longo das décadas de 1980 e 1990, Francisco Cuoco continuou em papéis de destaque, como em 'Sétimo Sentido' (1982), 'O Outro' (1987), interpretando os gêmeos Denizard e Paulo Della Santa, e em 'A Próxima Vítima' (1995), mais um grande sucesso da Globo

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Anos 2000

Também esteve em novelas como 'O Salvador da Pátria', 'Quem é Você?', 'Amor à Vida' e 'I Love Paraisópolis'. A última aparição dele em novelas foi em 'Salve-se Quem Puder', em 2020, já com a saúde debilitada

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Teatro

Apesar de uma carreira muito mais associada à televisão, Cuoco sempre manteve laços com o teatro. Após um longo afastamento dos palcos, ele retornou em 2005, com a peça 'Os Três Homens Baixos'. Nos anos seguintes, participou de montagens como 'Circuncisão em Nova York' (2008), 'Deus é Química' (2009) e 'Uma Vida no Teatro' (2013)

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Legado

Ao longo da trajetória, acumulou diversos prêmios, incluindo o Troféu Imprensa e a honraria de ser considerado, por várias gerações de telespectadores, um dos maiores galãs da televisão brasileira. A voz grave, presença cênica marcante e a capacidade de transitar entre drama, romance e suspense, o tornaram uma referência na história da teledramaturgia nacional

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