A pesquisa 'O que pensam os deputados federais?', da Genial/Quaest, ouviu 203 parlamentares. A margem de erro é de 4,5%.
Pesquisa mostra que as ideologias de direita são maioria na Câmara, com 45%. Os deputados que se consideram de esquerda são 21%, 25% de centro e 1% dizem não seguir nenhuma ideologia, 8% não sabem ou não responderam. Quando ao alinhamento com o governo, 32% são governistas, 27% independentes e 32% de oposição.
A pesquisa analisou ainda a relação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Legislativo. Para 69% dos parlamentares, o Executivo dá menos atenção do que deveria para o Congresso.
Pesquisa mostra ainda que 51% dos parlamentares entrevistados avaliam a relação com o governo Lula como negativa. 30% dos participantes consideram como regular, 18% como positiva e 2% não sabem ou não responderam. O número de avaliações negativas é maior entre os deputados de direita, chegando a 76%.
A desarticulação política do governo federal também é considerada o principal entrave para aprovação de pautas importantes no Congresso para 45% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os impasses sobre a anistia, com 33%, e a não liberação de emendas parlamentares, com 15%.
Os deputados também foram questionados sobre pautas em discussão. 88% são favoráveis ao aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, pauta prioritária para o governo federal.
Já o fim da escala 6x1 é rejeitado por 70% dos parlamentares. Outro tema com alta rejeição é a exclusão das verbas do Judiciário no teto de gastos, com 70% contra.
O trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF) também foi avaliado como negativo por 48% dos deputados. Para 49%, a Corte sempre invade as competência do Congresso, 28% avaliam que invade às vezes e 12% raramente.
Já a gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB) é considerada positiva entre 68% dos entrevistados. A boa avaliação do presidente da Câmara é maior entre parlamentares do governo (77%) e independentes (82%). O deputado divide opiniões da oposição, com 47% de avaliações positivas e 42% negativas.
Os congressistas também foram questionados sobre as eleições de 2026. Para 50%, o candidato da oposição deve ser o favorito para 2026, enquanto 35% apontaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou candidato do governo como favorito.
Embora a oposição seja favorita, o nome de Jair Bolsonaro (PL) aparece como enfraquecido entre os parlamentares. Para 50% dos deputados, o ex-presidente deveria desistir da candidatura em 2026. 23% acreditam que ele deveria manter e 26% não sabem ou não responderam.
A porcentagem é maior entre os parlamentares que se consideram independentes ao governo, 65%. Entre os governistas, 55% acreditam que Bolsonaro deveria largar a corrida presidencial. A oposição fica mais dividida, com 47% que acreditam que ele precisa abrir mão e 49% que acreditam que o ex-presidente deveria manter a candidatura.
Para 49%, o principal nome para representar a oposição é o do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos-SP).
O ex-presidente é apontado como principal candidato em 2026 por apenas 13% da amostra — e 26% entre os deputados que se classificam como de direita. O nome de Bolsonaro não aparece entre os cotados entre os políticos de centro.
O nome de Michelle Bolsonaro (PL-DF), que chegou a 15% no levantamento da Quaest em 2024, foi citado por 6% na nova pesquisa. Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), caiu de 16% para apenas 3%.