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Conheça a história dos desfiles das escolas de samba de Vitória


Por Flipar
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O Carnaval de Vitória ocorria em 1880, no Centro, porém era uma festa bem diferente da que acontece atualmente. O trajeto inicial não era conhecido como desfile, mas sim passeio. Os foliões já utilizavam fantasias e atravessavam as ruas mais importantes do Centro.

Flickr/Luara Monteiro

Destaque para os clubes mais requisitados da época, como o Saldanha de Gama, Victoria Club e o Clube Álvares Cabral. Ele era o evento do ano e a vinda em massa de visitantes mobilizava a economia local, lotando hotéis, vendendo ornamentos e bebidas das mais diversas.

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Em 1910, o Parque Moscoso se tornou o palco principal da cidade, mas os desfiles começaram a partir da popularização dos automóveis. Nos bairros Santo Antônio, Vila Rubim, Cruzamento e Praia de Santa Lúcia, foram produzidas as primeiras carrocerias de caminhões alegóricos. Festas eram realizadas no Clube Álvares Cabral e terminavam nas ruas, na praça Costa Pereira.

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As escolas de samba nasceram das batucadas, dos morros de Vitória. Os grupos Chapéu de Lado e Mocidade da Fonte Grande foram pioneiros nesse quesito. A primeira agremiação foi a Unidos de Piedade, em 1955, que levava para as ruas a paz que reinava no morro.

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Em 1958, a União de Batucadas e Escolas de Samba (Ubes) organizou o primeiro concurso oficial das escolas de samba capixabas. A Prefeitura de Vitória incluiu uma verba pública destinada a compra de instrumentos e materiais para as fantasias e alegorias.

Reprodução/@arcmug

No ano seguinte, as agremiações não tiveram o apoio financeiro do Poder Público, o que impediu que acontecesse o desfile das escolas de samba e batucadas. A verba pública só foi novamente empregada no carnaval de 1960, quando também surgiram as escolas Amigos da Gurigica e Santa Lúcia.

Reprodução/@liesges

Com o passar do tempo, historiadores contam que entre os anos de 1960 e 1980, o samba acontecia em Vitória nas avenidas Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel, no Centro. Na época, arquibancadas eram montadas para receber o público para acompanhar as escolas. Em 1986, a Reta da Penha recebeu o desfile uma única vez.

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Com o sucesso do carnaval na Reta da Penha, o capixaba entendia que era necessária a construção de um local para que as escolas de samba pudessem desfilar. Foi, então, que entre 1986 e 1987, o 'Sambão do povo' foi construído em 112 dias.

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O Complexo Walmor Miranda, também conhecido como Sambão do Povo, é o local dos desfiles das Escolas de Samba de Vitória. Localiza-se no bairro Mário Cypreste, na Grande Santo Antônio. Foi inaugurado em 1987 na administração do prefeito Hermes Laranja, sendo o palco do Carnaval até 1992, quando foi paralisado.

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Com a construção do Sambão do Povo, foram fundadas a Mocidade Unida da Glória, Mocidade da Praia, Imperatriz do Forte, Pega no Samba, Novo Império, Independentes de Boa Vista, União Jovem de Itacibá e Independentes de São Torquato.

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Além delas, também surgiram a Chegou o Que Faltava, Vai quem Quer, Unidos da Penha, Mocidade Serrana, Andaraí, Nossa Presença, Amigos de Gurigica, Originais do Contorno, Unidos de Barreiros e Santa Lúcia.

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Junto às escolas, havia os blocos Unidos Jesus Nazaré, Chega Mais, Banda Arco-Íris, Pulo do Gato, Unidos de Jucutuquara e Independentes de Eucalipto.

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Em 92, muitas escolas se recusaram a participar dos desfiles. Foi uma época de crise, sem apoio da prefeitura e do setor privado. Em protesto, outras decidiram não desfilar no ano seguinte, 1993, e investir o dinheiro no carnaval de 1994, o que não aconteceu. Devido a isso, foram cinco anos sem Carnaval de Vitória.

Reprodução/TV Gazeta

Os desfiles voltaram a acontecer, só que na Avenida Jerônimo Monteiro, já que a estrutura do Sambão estava abalada e parte da arquibancada havia sido demolida para a construção de uma quadra. Os desfiles passaram a acontecer uma semana antes do carnaval oficial.

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Em 98, os desfiles voltaram ao Sambão do Povo, em Vitória. Ficou estabelecido que as escolas desfilariam em dois dias, uma sexta e um sábado. O Sambão foi reestruturado tendo sua capacidade reduzida para menos da metade: de 18 mil pessoas para 7,5 mil.

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O sorteio para os desfiles de 2024 aconteceu na quadra da Mocidade Unida da Glória (MUG), em Vila Velha, vencedora do carnaval deste ano. De acordo com o regulamento da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge), a atual campeã pode escolher em qual posição vai desfilar.

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O regulamento estabelece outras regras. A penúltima colocada do Grupo Especial do ano anterior será a primeira a desfilar no ano seguinte, já que a última colocada cai para o Grupo A. Por outro lado, a primeira colocada do Grupo A sobe para o Grupo Especial, mas é a última a desfilar no grupo de elite do carnaval.

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A Novo Império (penúltima colocada em 2023) vai abrir os desfiles no Sambão do Povo no dia do Grupo Especial e a escola Pega no Samba (ganhadora do Grupoa A) irá encerrar a noite do Grupo Especial.

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A Novo Império, agremiação da região da Grande Santo Antônio, em Vitória, homenageia a cidade de Barra de São Francisco, no Norte capixaba, para o Carnaval 2024. A agremiação irá abrir o Grupo Especial.

reprodução/TV Gazeta

A Unidos de Jucutuquara vai levar para a avenida a evolução do Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, desde a época das cabanas de madeira até a chegada dos templos e sua explosão para o turismo. Além disso, irá traçar um paralelo com toda a sabedoria compartilhada no budismo.

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A Boa Vista, de Itaquari, em Cariacica, apresentará a história de crescimento e resistência da cidade - seu potencial logístico, a força de seu desenvolvimento e seus encantos culturais e naturais.

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A atual campeã do Carnaval de Vitória, MUG, contará a história de Homero Massena, pintor mineiro que se consagrou nas pinturas sobre o cotidiano capixaba. Massena descobriu sua vocação artística aos 15 anos. Deixou um legado em obras com foco na natureza, escreveu livros e pintou o teto do Teatro Carlos Gomes.

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A agremiação Chegou o Que Faltava, da Grande Goiabeiras, faz uma homenagem a um grande símbolo da história do Centro de Vitória, o Centro Cultural Glória. A construção tem valor histórico-cultural para a sociedade capixaba. Antes de ser prédio, como canta o samba, foi mar, cais e jardim.

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Maior campeã da história do carnaval capixaba, a Unidos da Piedade vai mergulhar em sua própria história, exaltando seu território, histórias e memórias, identificando ancestralidades e valorizando a representatividade de seu povo.

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O Pega no Samba, escola da Consolação que voltará a desfilar na elite em 2024, prepara um mergulho nas arábias, contando a história dos Emirados Árabes Unidos, com seus nômades mercadores, desertos, a descoberta do petróleo, e toda modernidade que vem do Oriente Médio.

Reprodução/Viva Samba

No Sábado (10), as três primeiras colocadas do Grupo Especial e a campeã do Grupo de Acesso realizarão um desfile no Sambão do Povo.

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Além do Grupo Especial, passam pela avenida também as escolas do Grupo A, na sexta-feira (2/2) e as escolas do Grupo B (4/2). No Grupo B, o desfile começa com a Chega Mais, seguida da Rosas de Ouro, Mocidade Serrana, União Jovem de Itacibá e Tradição Serrana.

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No Grupo A, desfilam na seguinte ordem: Andaraí, Mocidade da Praia, Imperatriz do Forte, Independente de São Torquato, Império de Fátima, Unidos de Barreiros, Independente de Eucalipto.

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Além dos desfiles, o carnaval de Vitória conta com milhares de blocos de rua. Eles contaram com horários para começo e fim, percurso definido, controle da poluição sonora, assim como proibições como a realização de queima de fogos.

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Entre os blocos de carnaval de Vitória estão: 'Tô Bebo de Alegria', 'Galinha Preta', 'Jacaré do papo rosa', 'Em cima da hora', 'As virgens de Vitória', 'Regional da Nair', etc.

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Os desfiles dos blocos são regidos pelos Decretos 23.281, publicado no dia 30/01/24 e 23.180, publicado em 22/12/23. Cada bloco possui um prazo mínimo de 15 dias para dar entrada no pedido de desfile, no período que teve início no último dia 20 e vai até 24 de março. Eles deverão percorrer o itinerário autorizado pelo município, que compreende os períodos necessários à concentração e à dispersão do seu desfile.

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As ações para o Carnaval oficial são resultado de diversas reuniões entre secretarias municipais, representantes de blocos, órgãos como Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e lideranças comunitárias. Oportunidades nas quais foram debatidas alternativas capazes de agregar interesses comuns entre as partes e o bem-estar coletivo.

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