O impasse surgiu depois que a banda criticou o cachê muito abaixo, o que fez com que eles cogitassem desistir da apresentação.
Em nota, a prefeitura disse que o assunto foi resolvido: "A Prefeitura de Salvador tem o máximo respeito a Banda Ara Ketu e mantém conversa permanente com os representantes da banda, para que façam parte da programação do Carnaval 2024”.
“[...] A participação do Ara Ketu foi garantida para a quinta-feira (08/02), no circuito Dodô", concluiu o comunicado.
Da mesma forma, a banda se pronunciou pelas redes sociais e esclareceu os fatos. Segundo eles, o cachê oferecido em 2024 era o mesmo de 2017.
“Somos bem recebidos nos eventos do Brasil, acabamos de dividir palco com Bell e Ludmilla no Cabofolia, realizamos o pré-Carnaval de Fortaleza para milhares de pessoas, cantamos em diversas micaretas, mas para o carnaval de Salvador, somos uma atração sem valor, ou com o é isso que temos para vocês”.
Antes, a banda chegou a anunciar que havia desistido do show. "No dia 27 de janeiro, fomos surpreendidos, mais uma vez, pela prefeitura de Salvador com um tratamento que desvaloriza a nossa apresentação. 31 anos depois a história se repete", comunicaram.
O Ara Ketu é um dos grupos pioneiros do axé music, e foi um dos responsáveis por popularizar o gênero no Brasil e no mundo.
O nome "Ara Ketu" tem origens africanas e significa "O Espírito do Tempo" ou "Tempo Divino".
O grupo foi fundado em 8 de março de 1980, na comunidade de Periperi, Subúrbio Ferroviário de Salvador, pelo primos Vera Lacerda e Augusto César Lacerda.
Inicialmente, o grupo era apenas um bloco carnavalesco, mas se transformou em banda em 1987.
Já como bloco, o Ara Ketu era um sucesso. Em 1981, eles ganharam seu primeiro título de campeão e continuaram a vencer o carnaval de Salvador nos anos seguintes, até 1983.
A banda é conhecida por suas músicas dançantes e empolgantes, que misturam elementos da música afro-baiana, do samba e do pop.
Alguns dos maiores hits do Ara Ketu são: “Cobertor”, “Mal Acostumado”, “Pipoca”, “Amantes” e "Ara Ketu é bom demais".
Ao todo, o Ara Ketu já lançou 13 álbuns de estúdio e seis ao vivo, com destaque para o disco “Ara Ketu Ao Vivo”, de 1998.
O grupo também já venceu alguns prêmios, como o Troféu Dodô e Osmar de Melhor Bloco Afro, em 1987, e Troféu Caymmi de Melhor CD de Axé, em 2001.
Ao longo da história, o Ara Ketu já teve diversas formações. Atualmente, o vocalista é o Dan Miranda.
No entanto, o vocalista mais famoso da banda foi o Tatau, que permaneceu desde a sua formação até 2007, quando decidiu seguir carreira solo.
Na ocasião, ele foi substituído pela cantora Larissa Luz.
Tatau chegou a retornar aos vocais do Ara Ketu em meados de 2012, mas acabou saindo novamente em março de 2015.
Assim como muitos grupos de axé, o Ara Ketu tornou-se uma presença constante nos carnavais brasileiros, participando de trios elétricos e apresentações em grandes eventos.