No dia 1º de agosto, Donald Trump anunciou o deslocamento de dois submarinos nucleares para uma região próxima à Rússia.
A ordem veio em resposta a uma ameaça feita pelo ex-presidente russo Dmitri Medvedev sobre o uso do sistema nuclear 'Mão Morta' (ou 'Perimetr', em russo).
Além de ex-presidente, Medvedev é o atual vice do Conselho de Segurança da Rússia.
A 'Mão Morta' é uma espécie de 'arma apocalíptica' que pode lançar mísseis automaticamente se as lideranças russas forem eliminadas em um ataque.
A escalada nas tensões começou após Trump exigir um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia em até 10 dias, sob pena de novas sanções.
Na ocasião, Medvedev respondeu acusando os EUA de agir com ordens. Nas palavras dele, 'cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra; não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o país dele'.
Em retaliação, Trump o chamou de 'fracassado' e alertou sobre as consequências de suas palavras.
O sistema 'Mão Morta' foi desenvolvido durante a Guerra Fria e funciona em três etapas:
Primeiro, os sensores detectam um ataque nuclear. Depois, ele tenta contatar líderes militares e políticos. Por fim, se ninguém responder, mísseis nucleares são lançados automaticamente.
Embora envolto em sigilo, especialistas acreditam que o sistema foi aprimorado e permanece ativo até os dias de hoje.
Trump justificou a movimentação dos submarinos como medida de precaução, destacando que Medvedev 'tem uma boca solta'.
“Ele não deveria ter dito isso. Ele tem uma boca solta. Já disse outras coisas antes também. Então, queremos sempre estar preparados”, disse o presidente norte-americano.
“Enviei dois submarinos nucleares para a região. Só quero ter certeza de que as palavras dele são apenas palavras, nada além disso', acrescentou Trump.
Em um canal no Telegram, Medvedev declarou: “Trump deveria se lembrar de como a lendária ‘Mão Morta’ pode ser perigosa”.
A medida dos EUA também intensifica o clima de alerta entre países da OTAN, que temem um conflito mais amplo na Europa.
Embora hoje tenha pouca influência real dentro da Rússia dominada por Putin, Medvedev continua a usar redes sociais para fazer provocações contra líderes ocidentais.
A guinada de Medvedev contrasta com sua atuação no passado: durante seu mandato, de 2008 a 2012, buscou aproximação com os EUA, era visto como símbolo de modernização e chegou a visitar o Vale do Silício.
Após retornar ao cargo de primeiro-ministro em 2012, foi gradualmente afastado do centro do poder, especialmente após a ascensão dos “siloviki” — grupo ligado aos militares e à segurança.