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Carta inédita de ex-presidente Juscelino Kubitschek é descoberta em Minas


Durante uma atualização no acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, a estagiária Jussara Soares fez uma descoberta histórica relativa a Juscelino Kubitschek.

Por Lance
Arquivo público/DF

Soares encontrou entre as páginas de um livro antigo uma carta autêntica do ex-presidente do Brasil datada de 1961, ano em que Juscelino deixou o cargo.

Reprodução de vídeo TV Poços

O achado ocorreu em 28 de agosto de 2025, quando a jovem historiadora, que cursa museologia no Centro Universitário Leonardo da Vinci, realizava tarefas de catalogação e conservação preventiva no acervo da instituição.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

Ao abrir um livro com capa de couro verde, intitulado “Livro de Ouro”, ela encontrou um documento dobrado que chamou sua atenção imediatamente.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

A carta, sem envelope, traz um selo em alto relevo e a assinatura de Kubitschek. Nela, o ex-presidente se dirige a colaboradores de seu governo em tom de despedida, expressando reconhecimento pelo apoio recebido e fazendo um balanço positivo de sua gestão.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

'Ao aproximar-se o término do meu mandato, venho manifestar-lhe, de modo especial, o meu reconhecimento pelo seu patriótico apoio à luta que travei para conduzir a pleno êxito a causa do desenvolvimento nacional', declara Juscelino na abertura da carta.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

Na primeira página do livro, que na verdade se trata de um caderno de assinaturas, Jussara encontrou uma dedicatória específica: “À Dona Teresa Bonifácio, pelos serviços prestados durante o meu governo.” A mensagem vem acompanhada de autógrafos da esposa e das filhas de JK.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

A destinatária, a funcionária pública Teresa Bonifácio, trabalhou como governanta no Palácio da Alvorada durante a construção de Brasília e era natural de Poços de Caldas, segundo as investigações iniciais conduzidas pelo museu.

Reprodução de vídeo TV Poços

“Fomos atrás de quem foi Teresa Bonifácio e descobrimos que era uma das governantas de Juscelino durante todo o seu mandato. Na próxima semana, combinamos de encontrar com alguns parentes e conhecidos dela, que já faleceu”, explicou Jussara Soares ao jornal O Estado de Minas.

Reprodução/Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas

O museu aguarda definir como expor esse material ao público de forma adequada - uma ação que deve valorizar não só a trajetória de Juscelino Kubitschek, mas também a de Teresa Bonifácio e sua contribuição silenciosa à história do Brasil.

Reprodução de vídeo G1

Nascido em 12 de setembro de 1902 na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi um dos presidentes mais marcantes da história do Brasil.

Domínio Público/Wikimédia Commons

Mineiro com formação em medicina, ele ocupou seu primeiro cargo público como deputado federal em 1935, mas teve a trajetória interrompida com o fechamento do Congresso Nacional pelo golpe do Estado Novo, conduzido por Getúlio Vargas, em 1937.

Reprodução de vídeo G1

Nos anos 1940, ele retornou à política como prefeito de Belo Horizonte, onde se destacou por obras de modernização, incluindo a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, concebido por Oscar Niemeyer.

Domínio Público/Wikimédia Commons

Mais tarde, elegeu-se governador de Minas Gerais, cargo que ocupou entre 1951 e 1955, após ter exercido um novo mandato como deputado federal.

- Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil

Em 1955, JK chegou à Presidência da República. Seu governo ficou conhecido pelo lema “50 anos em 5”, com a promessa de acelerar o desenvolvimento do país em ritmo inédito.

Domínio Público/Wikimédia Commons

Ele seguiu um ousado Plano de Metas, que priorizou setores estratégicos como energia, transporte, indústria de base e educação.

- Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil

A marca mais simbólica de sua gestão foi a construção de Brasília, inaugurada em 1960. A nova capital, projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, tornou-se símbolo do espírito modernizador de seu governo e da ideia de integrar o território nacional.

Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil

Apesar de enfrentar forte oposição política e crises econômicas, JK completou seu mandato e deixou o poder em 1961, sendo sucedido por Jânio Quadros.

- Arquivo Nacional/Wikimédia Commons

Após o golpe militar de 1964, Juscelino, que tinha planos de voltar a concorrer à presidência militar, teve seus direitos políticos cassados, perdendo o mandato de senador por Goiás.

Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil

Após um período no exílio, ele retornou ao Brasil em 1967, mas permaneceu afastado da vida pública até sua morte trágica em um acidente de carro, em 1976, na Via Dutra - que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.

- Reprodução do Flickr Arquivo Nacional do Brasil

Juscelino Kubitschek foi casado de 1931 até sua morte com Sarah Kubitschek. Eles tiveram duas filhas, Márcia Kubitschek, que foi vice-governadora do Distrito Federal entre 1991 e 1995, e Maria Estrela, adotada pelo casal em 1947.

- Reprodução Revista O Cruzeiro/Wikimédia Commons