Chamada de Xania Monet, a 'artista' é uma invenção da compositora norte-americana Telisha Nikki Jones.
Nikki uniu suas composições pessoais à tecnologia do Suno, uma plataforma de geração musical por IA.
Após essa 'parceria criativa', Xania já acumula mais de 115 mil seguidores no Instagram e mais de 700 mil ouvintes mensais no Spotify.
Esse perfil contrasta com o da Tocanna, artista brasileira também gerada por IA. Criada em 2024 pelo designer gráfico Gustavo Sali, Tocanna tem corpo de mulher e rosto com traços semelhantes a um tucano.
A 'diva pop' brasileira já acumula mais de 200 mil seguidores no Instagram e já se 'apresentou' em eventos como Grammy e The Town, além de ter um feat com Billie Eilish.
Em seu perfil, é possível até ver 'encontros' com artistas como Anitta e Bruna Marquezine.
No Spotify, Tocanna já soma mais de 380 mil ouvintes mensais. E como uma boa 'artista', ela também já se envolveu em polêmicas.
O hit mais reproduzido da 'cantora' é a música “São Paulo”, paródia de 'Empire State of Mind', sucesso de Jay-Z e Alicia Keys.
No início de setembro, a faixa teve que ser removida das plataformas digitais por ordem do rapper, que alegou não ter sido creditado.
'A música realmente usa o sample, cabe a eles liberar ou não. Se não liberar, paciência, a gente tem outros projetos vindo com a Tocanna', disse o criador de Tocanna após a proibição.
Segundo seu empresário, Romel Murphy, a solução encontrada foi dar vida a uma artista virtual para transmitir suas obras ao público.
O projeto começou a ganhar forma em julho de 2025 com o lançamento do single 'It Wasn’t Love, It Was Survival'.
Poucas semanas depois, em 8 de agosto, chegou às plataformas o álbum de estreia 'Unfolded', seguido por 'Pieces Left Behind', lançado em 3 de setembro.
E o projeto avança a passos largos: os preparativos para a primeira apresentação ao vivo de Xania Monet já estão em andamento.
Apesar do sucesso, o caso levanta questionamentos legais, já que gravadoras processam a Suno por uso indevido de músicas no treinamento de IA.
Além disso, o Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos não reconhece registros de obras criadas majoritariamente por inteligência artificial.