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Grande Rio trará a força cultural e musical do Manguebeat no Carnaval 2026


A Acadêmicos do Grande Rio levará à Marquês de Sapucaí no Carnaval 2026 um enredo sobre a revolução cultural do Manguebeat. Esse movimento sacudiu a cena musical brasileira a partir das margens do Recife, ao conectar raízes nordestinas, crítica social e ritmos universais.

Por Lance
Reprodução do Instagram @granderio

Dessa forma, a Tricolor de Caxias vai mergulhar na lama dos manguezais para mostrar que de lá brota cultura, além de transformação política e social. Isso tudo a partir dos toques das alfaias, da dança dos caboclos de lança e das letras de Chico Science.

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É um movimento cultural de contracultura que surgiu em Recife, Pernambuco, no início dos anos 1990, com o objetivo de promover uma renovação artística e denunciar as desigualdades sociais.

Reprodução do Instagram @chicoscienceoficial

Esse movimento combina ritmos regionais nordestinos, como o maracatu, com gêneros globais como rock, hip-hop e música eletrÎnica.

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A expressão, criada por Chico Science e Fred Zero Quatro, une o termo 'mangue', ecossistema local, com 'beat', batida, sendo simbolizada pelo caranguejo.

Reprodução do Instagram @chicoscienceoficial

O Manguebeat surgiu em Recife num momento de estagnação cultural e econômica, e buscou injetar energia e vitalidade na cidade e combater a desigualdade social através da arte.

Divulgação

O manifesto 'Caranguejos com Cérebro', escrito por Fred Zero Quatro em 1992, é considerado o marco inicial do movimento ao propor a renovação da cultura pernambucana.

Reprodução de Instagram @zero4mundolivre

Nomes como Chico Science, líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, e Fred Zero Quatro, líder do Mundo Livre S/A, foram os principais idealizadores e representantes do movimento.

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O Manguebeat incorpora também elementos da cultura local, como maracatu, embolada, chapéu de palha, e da cultura pop mundial, rock, hip-hop, funk, refletindo uma identidade híbrida.

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O caranguejo, animal típico do mangue, e uma antena parabólica enfiada na lama, representando a junção entre o regional e o tecnológico, são símbolos do movimento.

Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimédia Commons

O movimento impulsionou uma cena musical efervescente em Recife, deu visibilidade à cultura popular de Pernambuco e influenciou a criação de ecossistemas de inovação e tecnologia na cidade.

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Apesar do estilo ter bases na década de 1970, com o guitarrista Robertinho de Recife, os principais idealizadores do movimento manguebeat foram Chico Science, Fred 04, Renato L, Mabuse e Hélder Aragão, que divulgaram as ideias, ritmos e contestações.

Reprodução do Instagram @chicoscienceoficial

Com a bandeira da diversidade, a agitação na música influenciou outras formas de expressão culturais como o cinema, a moda e as artes plásticas. Nesse sentido, esse contexto inspirou muitas bandas do Brasil, sobretudo em Pernambuco.

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A base do Manguebeat começou no final da ditadura militar no Brasil. O relaxamento da censura aumentou a disponibilidade de música importada, especialmente dos Estados Unidos e do Reino Unido, o que levou a um aumento do rock brasileiro.

Reprodução do Instagram @granderio

Em Recife, alguns dos fundadores do movimento, como DJ Renato L. e Fred 04, iniciaram um programa de rádio chamado Décadas, que facilitou ainda mais a influência do rock, principalmente da música underground da Inglaterra.

Divulgação

Fred 04 observou que quando a Mundo Livre S/A começou em 1984, as condições econômicas precárias e a falta de um circuito musical no Recife tornaram especialmente difícil para eles e grupos musicais semelhantes encontrarem lugares para tocar.

Reprodução de Instagram @zero4mundolivre

Chico Science nasceu em uma família de classe média baixa no bairro de Rio Doce, na cidade de Olinda. Suas influências vieram da música que ouvia enquanto participava de festas de baile funk quando jovem e incluía rap, hip hop, rock e soul.

Reprodução do Instagram @chicoscienceoficial

Além disso, ele cresceu rodeado de música folclórica regional, como também o som que ecoava pelas ruas de Recife, como maracatu, ciranda, embolada e coco.

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Chico, ao lado de Jorge Du Peixe, integrou vários grupos: Legião Hip Hop, Orla Orbe e Loustal, antes de encontrar e conhecer integrantes do Lamento Negro. Um bloco afro especializado em samba-reggae, em 1990, que ajudou na formação do CSNZ.

Bruno Figueiredo/Wikimédia Commons

A Nação Zumbi surgiu da união do Loustal, banda de pós-punk, com o bloco de samba-reggae Lamento Negro, liderada pelo vocalista e compositor Chico Science.

Reprodução do Facebook

Com Chico Science, ela gravou apenas dois álbuns, Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, ambos discos de ouro, que contaram com participações especiais de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor e renderam turnês pelo Brasil, Europa e Estados Unidos.

Reprodução do Facebook

Ambos os álbuns figuram na lista dos cem melhores álbuns brasileiros de todos os tempos da revista Rolling Stone Brasil, em 13° e 18° lugar. O conjunto foi eleito pela Associação de Críticos Musicais de São Paulo como o melhor grupo musical brasileiro de 1996.

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Em 1997, aos 30 anos, o líder Chico Science faleceu em um acidente de carro. Desde então, a banda é conhecida apenas por Nação Zumbi. Os vocais de Science foram substituídos pelos de Jorge Du Peixe, outro membro da banda.

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