Foi no dia 30 de setembro, durante uma cerimônia realizada no Castelo de Windsor.
Vivendo em Londres há mais de 20 anos, Gabriella Di Laccio agradeceu o reconhecimento e destacou que deseja usar a honraria como forma de amplificar vozes femininas na música.
O título é concedido a personalidades por seus serviços notáveis ao Reino Unido em suas áreas de atuação e existe desde 1917.
A entrega é feita anualmente no aniversário oficial do rei e já reconheceu nomes como Adele, Ed Sheeran, Beatles e a atriz Emilia Clarke.
A brasileira, que é natural do Rio Grande do Sul, construiu carreira como cantora lírica e se tornou referência também pelo ativismo em prol da igualdade de gênero.
Ela inaugurou a 'Donne – Women in Music', uma fundação criada em 2018 para dar visibilidade e oportunidades a mulheres na música.
A iniciativa surgiu de sua própria constatação da falta de reconhecimento das compositoras na música clássica.
O projeto já lhe proporcionou alguns reconhecimentos internacionais, como entrar para a lista da BBC das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo.
Em 2024, ela entrou para Guinness World Records por organizar o evento 'Let Her Music Play', com mais de 26 horas de música acústica de mulheres e pessoas não binárias.
Dados recentes de sua fundação mostram que apenas 7,5% das obras executadas por grandes orquestras são de autoria feminina, o que exemplifica o desafio.
“Obrigada a todos que fazem parte da minha jornada. Sinto-me totalmente abençoada”, agradeceu ela em suas redes sociais após receber o prêmio.
Em uma entrevista para a Rádio Eldorado, Gabriella contou que a Donne foi criada por acaso, depois que ela encontrou uma enciclopédia de mulheres compositoras em um sebo.
'Naquele momento eu me senti muito ignorante. Achei que eu era a musicista mais ignorante do mundo. Aos poucos, fui descobrindo a riqueza da música e das histórias dessas mulheres', relatou.
Gabriella também não deixou de lembrar das suas origens em um momento tão importante: '[...] Quero que o Brasil saiba que eu vou estar trazendo o país comigo, no meu coração.'
Atualmente, Gabriella também desenvolve pesquisas na York St. John University sobre o impacto transformador da música na mudança social.