A produção, assinada pela Maria Farinha Filmes, está atualmente em fase de montagem e promete um mergulho profundo na psique da velejadora.
O filme usará os registros que Tamara fez durante essa temporada em um dos lugares mais inóspitos do planeta.
O documentário irá mergulhar o público em sua vivência íntima, entre a beleza e os riscos constantes da expedição.
A bordo do 'Sardinha II', um veleiro compacto de 34 pés (10 metros), Tamara tornou-se a primeira mulher a realizar sozinha uma 'invernagem' nos polos.
Tamara é filha do célebre navegador e escritor Amyr Klink, pioneiro em remar o Atlântico Sul sozinho.
Em 1984, Amyr foi da Namíbia ao Brasil, em 100 dias, a bordo do barco IAT.
Embora seja filha de um navegador experiente, Tamara optou por não receber ajuda direta do pai.
“A velejadora nos leva em uma viagem poética, crua, autêntica. Ela é uma artista completa', comentou Estela Renner, uma das sócias fundadoras da Maria Farinha Filmes.
'As imagens que ela faz são como um portal que nos convida generosamente a acompanhá-la em suas jornadas externas e internas', acrescentou.
'Sua trajetória é única, mas acaba se tornando uma inspiração para muitas pessoas que buscam a coragem para qualquer decisão que desejem tomar”, completou Estela.
Tamara vê no documentário uma oportunidade de ampliar esse impacto: “Presa no gelo marinho, fui livre. Meu objetivo é fazer dessa invernagem o ponto de partida para uma revolução de perspectivas sobre o que é ser humano'.
Além da estadia no Ártico, Tamara já realizou outros feitos, como cruzar o Atlântico duas vezes.
Recentemente, ela se tornou a mulher mais jovem a realizar sozinha a Passagem Noroeste, consolidando sua reputação como símbolo de autonomia e força feminina.
Assim como o pai, é Tamara quem ficava responsável por toda a manutenção do barco. Ela contou que o medo faz parte das viagens e está sempre como ela como se fosse um 'tripulante'.
Formada em Arquitetura, a velejadora agradece pelas portas que se fecharam nessa profissão, pois foi o que lhe deu a oportunidade de ousar viver do mar.
'Agradeço pelas coisas que deram errado, porque me deram a chance de fazer o que eu não ousava tentar”, disse, em entrevista à revista Veja.
A Maria Farinha Filmes, responsável pelo documentário, acumula mais de 50 produções ao longo de 17 anos, incluindo projetos de grande repercussão como 'Aruanas' e a série documental 'O Começo da Vida', lançada pela Netflix.