O ouro pode ser encontrado em diversos elementos dessas igrejas. Ele reveste talhas em madeira, como os altares ornamentados e púlpitos esculpidos. Também está presente em esculturas sacras, molduras, cúpulas e até mesmo em detalhes de decorações e azulejos.
Cidades como Ouro Preto, Mariana, Congonhas e São João del-Rei, em Minas Gerais, possuem igrejas com ouro. Salvador, no estado da Bahia, também abriga templos históricos com ricas ornamentações douradas.
Outras cidades com esse tipo de riqueza no interior de igrejas são Recife, Belém, São Paulo e Rio de Janeiro. Veja algumas igrejas emblemáticas.
Igreja de São Francisco de Assis (Ouro Preto, 1766) – Projetada por Aleijadinho, tem altar e teto pintados com detalhes dourados e imagens sacras valiosas.
Basílica de Nossa Senhora do Pilar (Ouro Preto, 1733) – Considerada uma das igrejas mais ricas do Brasil, possui cerca de 400 quilos de ouro e prata em sua decoração.
Igreja de São Francisco de Assis (São João del-Rei, 1774) – Com talha rococó dourada, tem um interior elegante e um imponente altar-mor em ouro.
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (Congonhas, 1773) – Conhecido pelas esculturas dos profetas de Aleijadinho e por sua capela ricamente adornada com ouro.
Catedral Basílica de Salvador (1672) – Possui altares barrocos dourados e uma capela-mor luxuosa, sendo um dos templos mais importantes da Bahia.
Igreja da Ordem Primeira de São Francisco (Salvador, 1723) – Conhecida como “Igreja de Ouro”, tem interior barroco ricamente revestido em talha dourada, além de azulejos portugueses e obras de arte sacra de grande valor histórico.
Em fevereiro de 2015 , parte do teto da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, desmoronou. Uma pessoa morreu e 5 ficaram feridas. O governo federal anunciou uma reforma.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Recife, 1767) – Destaque para os painéis dourados e o altar-mor com talha barroca exuberante.
Igreja de Santo Alexandre (Belém, 1719) – Antiga catedral, tem um altar ricamente decorado em ouro e detalhes artísticos coloniais impressionantes.
Mosteiro de São Bento (Rio de Janeiro, 1671) – Um dos interiores mais luxuosos do Brasil, com madeira entalhada e recoberta em ouro.
Mosteiro de São Bento (São Paulo, 1650) – Seu altar-mor tem talha dourada belíssima e abriga um importante órgão de tubos histórico.
Essas igrejas possuem grande importância cultural, pois representam o auge da arte barroca no Brasil. Elas são patrimônio nacional e preservam tradições religiosas e artísticas. Sua riqueza decorativa reflete a influência europeia na arquitetura colonial.
Historicamente, essas igrejas simbolizam o período do ouro no Brasil e a força da Igreja Católica na colonização. Elas foram centros de poder e ajudaram a moldar a sociedade da época. Muitas estão ligadas a importantes figuras da história brasileira.
Turisticamente, são grandes atrativos para visitantes do Brasil e do mundo. Suas obras de arte, desenhos, esculturas e talhas douradas encantam estudiosos e curiosos. Muitas dessas igrejas fazem parte de roteiros culturais e religiosos renomados.
Vale ressaltar que, apesar de atrair a atenção de ladrões, o ouro presente nas igrejas históricas do Brasil, na prática, não vale dinheiro porque faz parte do patrimônio cultural e religioso. Ele não pode ser retirado ou vendido, pois está incorporado a altares, talhas e esculturas que possuem valor artístico e histórico inestimável.
Remover esse ouro significaria destruir as obras e descaracterizar a arquitetura barroca. Além disso, essas igrejas são protegidas por leis de preservação do patrimônio, como as do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Qualquer tentativa de comercializar esse ouro seria considerada crime contra o patrimônio histórico.
Outro ponto é que o ouro muitas vezes está misturado com vernizes, tintas e outros materiais, tornando inviável sua extração sem causar danos irreparáveis. Assim, o verdadeiro valor desse ouro está no seu papel na história, na arte e na cultura do Brasil.