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Obra de Gustav Klimt atinge valor bilionário e se torna 2ª cara vendida em leilão


Um retrato do austríaco Gustav Klimt alcançou um valor impressionante ao ser arrematado por US$ 236,4 milhões - algo em torno de R$ 1,25 bilhão - em um leilão realizado em Nova York no dia 18 de novembro de 2025.

Por Flipar
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A obra leiloada, “Retrato de Elisabeth Lederer”, foi produzida entre 1914 e 1916 e retrata a jovem usando um longo vestido branco de estética chinesa, posando diante de uma tapeçaria azul com elementos asiáticos.

Divulgação/Sotheby's

Com esse resultado, a obra passa a ocupar o posto de segunda mais cara já vendida em um leilão, atrás apenas de “Salvator Mundi”, atribuído a Leonardo da Vinci, cuja venda histórica em 2017 atingiu US$ 450 milhões, o equivalente a R$ 2,39 bilhões na cotação atual.

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Elisabeth era filha de um dos principais mecenas de Klimt, e a relação próxima entre artista e patrono contribuiu para uma série de retratos marcantes na fase final da carreira do austríaco.

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No leilão, seis interessados competiram durante cerca de 20 minutos, elevando gradualmente o preço até o valor final. A identidade do comprador, no entanto, permaneceu sob sigilo, conforme praxe da Sotheby’s, responsável pelo leilão.

flickr - ajay_suresh

Anteriormente, o recorde do artista em leilões era de “Dama com Leque” (1917–1918), vendido em Londres, em 2023, por 85,3 milhões de libras, equivalente a US$ 108,8 milhões ou cerca de R$ 579 milhões na época - um valor significativamente menor que o alcançado nesta semana.

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O leilão, além de reforçar o prestígio de Klimt no mercado contemporâneo, evidencia como peças excepcionais ainda são capazes de gerar disputas milionárias mesmo em períodos de forte desaceleração.

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Gustav Klimt é um dos nomes mais influentes da arte europeia do início do século 20. Ele nasceu em 14 de julho de 1862, em Baumgarten, ao sul de Viena, então parte do Império Austro-Húngaro.

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Ainda jovem, mostrou habilidade técnica acima da média e, aos 14 anos, foi aceito na prestigiada Escola de Artes Decorativas de Viena, onde começou a desenvolver o estilo que o tornaria uma das figuras centrais da chamada Secessão Vienense.

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No início da carreira, Klimt se dedicou principalmente a trabalhos decorativos encomendados por instituições públicas e privadas.

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A virada definitiva ocorreu na década de 1890, quando Klimt passou a romper com o conservadorismo artístico do período.

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Em 1897, ele se tornou um dos fundadores e primeiro presidente da Secessão Vienense, movimento que buscava libertar a arte austríaca de tradições rígidas e abrir espaço para linguagens modernas vindas de outras partes da Europa.

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É nesse contexto que o artista começa a desenvolver a estética que o tornaria mundialmente reconhecido: uma fusão de ornamentação, simbolismo e referências bizantinas, com forte presença de ouro e padrões decorativos.

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Seu período mais famoso, conhecido como “fase dourada”, é marcado por obras que se tornaram ícones absolutos da história da arte, como O Beijo (1907–1908) e Retrato de Adele Bloch-Bauer I (1907).

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Nessas criações, Klimt combina figuras delicadamente modeladas com fundos ornamentais complexos, criando composições que parecem suspensas entre o mundo real e o simbólico.

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Paralelamente aos retratos requintados, Klimt produziu uma série de paisagens que revelam outra faceta de sua sensibilidade.

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Gustav Klimt morreu em 6 de fevereiro de 1918, aos 55 anos, após sofrer um derrame. Deixou obras inacabadas no ateliê e um legado que influenciou profundamente a arte moderna.

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Sua linguagem visual — marcada pelo uso inovador do ouro, pela valorização do ornamento e pelo olhar complexo sobre a figura feminina — continua sendo estudada, reinterpretada e celebrada em museus e exposições ao redor do mundo.

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