Conhecida como “Taça de Jesus”, ela traz a inscrição em grego “DIA CHRSTOU O GOISTAIS”, cuja tradução é alvo de intensos debates.
Alguns estudiosos, como o especialista em Novo Testamento Jeremiah Johnston, traduzem a frase como 'Por Cristo, o mágico' ou 'O mágico por meio de Cristo'.
Eles argumentam que o artefato prova que a fama de Jesus como curador e exorcista se espalhou rapidamente após sua morte.
Segundo Johnston, Jesus já tinha seu nome invocado em rituais espirituais logo após sua crucificação.
A peça teria sido usada em práticas de adivinhação comuns em Alexandria, cidade marcada pela convivência entre judaísmo, paganismo e cristianismo nascente.
Outros especialistas propõem que 'Chr?stou' pode se referir a uma pessoa comum chamada 'Chrestos' ou significar simplesmente 'bom/útil'.
Outros sugerem que poderia estar ligada a pomadas de unção (as 'diachristos'), sem ter relação direta com o Cristo bíblico.
Apesar das incertezas, se confirmada como referência a Jesus, a peça seria um marco na arqueologia, sugerindo que sua fama se espalhou pelo Mediterrâneo já no século I.
Isso indicaria que Alexandria funcionava como um centro de intercâmbio religioso onde crenças judaicas, cristãs e pagãs coexistiam.
Fundada em 331 a.C. por Alexandre, o Grande, Alexandria é uma das cidades mais emblemáticas do Egito.
Foi um dos centros culturais, científicos e comerciais mais importantes da Antiguidade.
Situada no litoral do Mar Mediterrâneo, tornou-se capital do Egito helenístico sob o governo dos Ptolomeus e abrigou a famosa Biblioteca de Alexandria, símbolo do conhecimento universal.
A cidade também foi lar do lendário Farol de Alexandria, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, que guiou navegadores por séculos.
Sua localização estratégica, no delta do Nilo, a transformou no elo de ligação entre três continentes: África, Ásia e Europa.
Essa diversidade cultural fez de Alexandria um terreno fértil para o surgimento de correntes de pensamento que influenciaram o mundo mediterrâneo.
Hoje, Alexandria segue como a segunda maior cidade do Egito, preservando ruínas e memórias de seu passado grandioso, ao mesmo tempo em que é um polo econômico e portuário estratégico.