Na época, o achado chamou atenção por sua raridade: desde o século 19, apenas sete indivíduos dessa espécie haviam sido identificados.
O espécime, um macho de aproximadamente cinco metros de comprimento, foi submetido a uma dissecação científica.
O procedimento, realizado com a colaboração de membros da tribo Maori, representou a primeira oportunidade para pesquisadores estudarem um exemplar completo e em bom estado de conservação.
Até hoje, nenhum indivÃduo desta espécie foi observado com vida em seu habitat natural, ou seja, no mar.
A análise revelou características anatômicas intrigantes na baleia. Uma delas é que ela tinha dentes vestigiais no maxilar superior, semelhantes aos dentes do siso em humanos.
Outro detalhe é que essa baleia tinha um sistema digestivo complexo, composto por nove câmaras estomacais.
Em seu conteúdo, foram identificados restos de lula, vermes parasitas e outros organismos não identificados.
“Pesos, medidas e descrições de vários músculos e órgãos foram coletados para nos ajudar a descrever esta espécie e fazer comparações com espécies relacionadas”, ressaltou Anton van Helden, consultor de ciências marinhas do Departamento de Conservação da Nova Zelândia.
Também chamada de baleia-de-bico-de-Travers, essa é considerada a baleia mais rara do mundo.
O que se sabe sobre ela é limitado e veio, principalmente, de ossos isolados encontrados ao longo de quase dois séculos.
O primeiro fragmento (um pedaço de mandíbula) foi descrito pela primeira vez em 1872, na Nova Zelândia.
Depois, outros ossos isolados surgiram no Chile e em ilhas do Pacífico.
Até 2010, apenas menos de 10 indivíduos haviam sido documentados (todos mortos, encalhados ou em fragmentos).
Essa baleia pertence ao gênero Mesoplodon, grupo de baleias-bicudas (ou baleias-de-bico), conhecidas por viverem em profundidades extremas.
Características físicas conhecidas é que elas medem entre 5 e 6 metros de comprimento e têm corpo hidrodinâmico, típico de baleias que mergulham em grandes profundidades.
Como outras baleias-bicudas, presume-se que a baleia-dente-de-pá mergulha a grandes profundidades para caçar lulas e outros animais de corpo mole.
A IUCN a classifica como “Dados Insuficientes (DD)”, já que não há informações sobre número de indivíduos, área de distribuição ou ameaças diretas.