Diagnosticada em 2012 com degeneração macular relacionada à idade, a vencedora do Oscar contou que a condição já compromete tarefas simples do cotidiano, como identificar pessoas próximas, ler e até mesmo assistir televisão.
Ao ser questionada sobre sua ausência diante das câmeras nos últimos anos, ela foi direta: “Eu não consigo mais enxergar”. A dificuldade visual impactou decisivamente sua carreira. Seu último papel no cinema foi no filme “Allelujah”, lançado em 2022.
Outras pessoas famosas, como o escritor Stephen King, a atriz Maria Zilda e o ator Bento Veiga, já revelaram ter degeneração macular.
Com mais de 70 anos dedicados ao teatro, ao cinema e à televisão, Judi Dench construiu uma trajetória marcada por grandes interpretações e inúmeros reconhecimentos.
Entre os principais prêmios, acumulou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (por 'Shakeaspeare Apaixonado', de 1998), quatro BAFTAs, dois Globos de Ouro, dois SAG Awards e um Tony.
A degeneração macular é uma condição ocular caracterizada pelo desgaste gradual da mácula, a região central da retina responsável pela nitidez da visão.
É na mácula que se formam os detalhes do que enxergamos, permitindo atividades como ler, dirigir, reconhecer rostos e perceber cores com precisão.
Quando essa área começa a se deteriorar, a visão central fica comprometida, enquanto a visão periférica costuma permanecer preservada.
Existem dois tipos principais da doença: a degeneração macular seca e a úmida. A forma seca, mais comum, ocorre de maneira lenta e progressiva, decorrente do afinamento natural da mácula e do acúmulo de depósitos chamados drusas.
Já a forma úmida, menos frequente, é mais agressiva e resulta do crescimento anormal de vasos sanguíneos sob a retina, que podem vazar líquido ou sangue e causar perda visual mais rápida.
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a variação mais conhecida e costuma afetar pessoas acima dos 50 ou 60 anos.
Fatores genéticos, tabagismo, hipertensão, exposição excessiva ao sol e má alimentação também podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.
Entre os sintomas mais comuns estão visão embaçada, distorção das linhas retas e dificuldade crescente para reconhecer rostos ou realizar tarefas que exigem foco.
Embora ainda não exista cura, há formas de retardar sua progressão e, em alguns casos - especialmente na DMRI úmida - preservar parte da visão com tratamentos como injeções intraoculares, laser ou terapias medicamentosas específicas.
A detecção precoce é fundamental, e exames oftalmológicos regulares são essenciais para identificar alterações na mácula antes que a perda visual se torne irreversível.
Por sua natureza progressiva e impacto direto na qualidade de vida, a degeneração macular é considerada uma das principais causas de perda de visão em idosos.
Por isso, campanhas de conscientização, diagnóstico precoce e acompanhamento constante com especialistas desempenham um papel crucial na preservação da saúde ocular.