Celebridades e TV

Nova biografia revela facetas pouco conhecidas de Vinicius de Moraes


Vinicius de Moraes será tema de uma nova biografia escrita por Marcelo Bortoloti, autor de obras sobre Di Cavalcanti e Guignard, segundo 'O Globo'. O livro, que será publicado pela Companhia das Letras, revisita passagens marcantes da vida do poetinha.

Por Flipar
Arquivo Nacional

Incluindo o período em que estudou em Oxford e trabalhou como diplomata em Los Angeles. Nessa época, ele dizia ter voltado 'completamente decepcionado com o modo de vida americano' e avesso ao cinema de Hollywood.

A obra deve aprofundar a trajetória multifacetada de Vinicius, figura que uniu poesia, música e paixões intensas - e que se casou nove vezes ao longo da vida.

Reprodução de Rede Social

No dia 18 de outubro, aliás, o Museu de Arte do Rio inaugurou a exposição “Vinicius de Moraes - Por toda a minha vida”, que celebra o legado do poeta em sua cidade natal. A mostra do museu, que fica na Praça Mauá, reúne mais de 300 itens, incluindo manuscritos de “Soneto de Fidelidade”, letras de clássicos da MPB e objetos pessoais como piano e violão.

Reprodução do Instagram @museudeartedorio

Após passar por São Paulo e Porto Alegre, a exposição apresenta cinco núcleos que exploram a trajetória do artista, do diplomata ao compositor. A homenagem só comprova como o 'Poetinha' segue presente na alma e na história cultural do Rio e do Brasil.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Vinicius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913 no bairro do Jardim Botânico, mas logo nos primeiros anos mudou-se com a família para Botafogo.

Reprodução Site VM

Ainda na infância, o futuro “Poetinha” (apelido carinhoso que recebeu no meio artístico) já escrevia seus primeiros versos. Nos anos escolares, formou com colegas um conjunto musical para se apresentar em festas.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Em 1932, aos 18 anos, teve seu primeiro poema publicado na revista “A Ordem” e uma canção de sua autoria com os irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, chamada “Loura e Morena”, foi gravada.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Na mesma década de 30, Vinicius de Moraes se consolidou como poeta ao publicar quatro livros e receber elogios de personagens importantes da literatura, como Mário de Andrade e Manuel Bandeira. O artista manteria amizade com diversos autores de renome, como Jorge Amado.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

“Soneto da Fidelidade” foi escrito nessa época, em 1939. Um dos poemas mais populares de Vinicius, ele termina com os célebres versos: “Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.

Reprodução de rede Social

Nos anos 40, já consolidado na poesia e com trabalhos como jornalista e crítico de cinema, Vinicius de Moraes ingressou no Itamaraty, iniciando uma carreira diplomática que o levaria a viver em diversas cidades do exterior, como Los Angeles, Paris e Roma.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Na primeira metade da década de 50, escreveu a premiada peça de teatro “Orfeu da Conceição”, baseada no mito grego de Orfeu e Eurídice.

Reprodução/Site Vinicius de Moraes

“Orfeu da Conceição” teve canções compostas por Vinicius de Moraes com Tom Jobim, o primeiro trabalho da parceria que mudaria para sempre a música brasileira. A peça foi adaptada por cinema pelo diretor francês Marcel Camus com o título “Orfeu Negro”, premiado com a Palma de Ouro em Cannes, em 1959, e o Oscar, em 1960.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Em 1958, é lançado o álbum “Canção do Amor Demais”, pelo selo Festa, com todas as faixas compostas pela dupla Vinicius e Tom. Na voz de Elizeth Cardoso e o violão de João Gilberto (foto) em duas músicas, incluindo “Chega de Saudade”, o disco é considerado um dos marcos da bossa nova.

Instagram @joaogilbertooficial

No ano seguinte, com o lançamento do disco de estreia de João Gilberto, justamente intitulado “Chega de Saudade”, a bossa nova se consolida com o trio João, Vinicius e Tom.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Curiosamente, os três se apresentaram no palco juntos apenas uma vez. Com o conjunto vocal Os Cariocas, Vinicius, Tom e João cantaram no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, em agosto de 1962.

Reprodução

Nesse icônico show, Vinicius e Tom apresentaram a parceria “Garota de Ipanema”, a música brasileira mais gravada da história. A canção foi inspirada na ex-modelo Helô Pinheiro.

Divulgação

Após as composições com Tom, Vinicius de Moraes formou outras parcerias célebres da música brasileira. Uma delas foi com o Baden Powell, um dos maiores violonistas do país, e que resultou nos denominados “afro-sambas”.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Com o também violonista Toquinho, o poeta firmou uma parceria de grande importância para o cancioneiro brasileiro. Ela durou de 1970 até a morte de Vinícius, uma década depois.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Toquinho e Vinicius gravaram mais de 20 discos juntos. São de autoria da dupla músicas que se tornaram clássicos da MPB, como “Regra Três”, “Carta ao Tom 74” e “Tarde em Itapuã”.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Edu Lobo, Francis Hime e Chico Buarque também estão na lista de grandes nomes que compuseram canções ao lado de Vinicius.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Vinicius de Moraes teve vida amorosa agitada, com nove casamentos. A primeira união foi com Tati de Moraes, que durou 11 anos e resultou em dois filhos - Suzana e Pedro -, e a última com Gilda Mattoso.

Reprodução de rede Social

Além de Suzana e Pedro, o “Poetinha” teve outros três filhos: Georgiana e Luciana, do relacionamento com Lila Bôscoli, e Maria Gurjão de Moraes, da união com a jornalista Cristina Gurjão.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Vinicius de Moraes morreu no dia 9 de julho de 1980, aos 66 anos de idade, em decorrência de um edema pulmonar.

- Reprodução de Youtube