Trata-se da floração das palmeiras Talipot, espetáculo que só acontece apenas uma vez durante o ciclo de vida da espécie.
Exemplares da palmeira floresceram no Jardim Botânico e no Aterro do Flamengo, onde foram introduzidas por Roberto Burle Marx na década de 1960.
O fenômeno atraiu a atenção de moradores e pesquisadores, sendo considerado uma 'oportunidade única' e um convite à reflexão sobre a preservação da natureza.
'Não é qualquer um que vai ver duas vezes essa floração maravilhosa. Vim só pra isso — e valeu demais', disse ao g1 a aposentada Maria Beatriz de Albuquerque.
“Talvez seja pra gente repensar o que estamos fazendo com o planeta. Ele tem tantas coisas lindas para nos oferecer. Vamos preservar para que meus netos também possam ver isso', refletiu ela.
A palmeira Talipot é originária da Índia e Sri Lanka e leva de 40 a 70 anos para florescer uma única vez antes de morrer.
A floração ocorre no topo da árvore — que pode atingir 30 metros de altura.
O fenômeno consiste em milhões de pequenas flores amareladas, criando uma grande 'coroa' na sua copa.
Esse processo intenso de frutificação drena completamente a palmeira, levando inevitavelmente à sua morte lenta.
'Essas flores dão origem aos frutos, que levam cerca de um ano para amadurecer. Quando os frutos caem, ela inicia o processo de morte”, esclareceu o pesquisador Marcus Nadruz.
Segundo ele, depois do espetáculo, o Jardim Botânico do Rio tem a intenção de produzir mudas a partir dos frutos da árvore, que depois poderão ser cedidos para plantio em praças e espaços públicos.
O florescimento materializa a visão de longo prazo de Burle Marx, que plantou as palmeiras sabendo que o espetáculo ocorreria décadas após sua morte.
A talipot prefere climas tropicais e úmidos e cresce bem em solos profundos e bem drenados, sendo bastante valorizada em jardins botânicos e projetos paisagísticos.
Essas palmeiras também têm profunda importância cultural em sua região de origem, onde suas folhas e sementes foram historicamente usadas em manuscritos e artesanato.
Na Ásia, as folhas secas da talipot também são tradicionalmente utilizadas para a confecção de telhados, guarda-chuvas e esteiras.