Economia

Supervulcão americano abriga depósito valioso de lítio


A caldeira McDermitt, localizada entre Nevada e Oregon, nos Estados Unidos, voltou ao centro das atenções após estudos confirmarem um dos maiores depósitos de lítio do planeta, avaliado em cerca de 1,5 trilhão de dólares. Ela foi formada há cerca de 16 milhões de anos.

Por Flipar
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Pesquisas apontam teores de até 2,4 por cento, considerados altos para esse tipo de jazida. A descoberta é estratégica diante da crescente demanda por lítio, que pode alcançar 1 milhão de toneladas anuais até 2040, impulsionada por veículos elétricos e sistemas de energia renovável.

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Um estudo recente apontou o lago Salton, na Califórnia, Estados Unidos, aliás, como um dos maiores depósitos de lítio do mundo.

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Segundo a pesquisa do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o lítio presente no lago poderia produzir baterias para 375 milhões de veículos elétricos. Como comparação, em todo o território, atualmente, existem menos de 300 milhões de carros elétricos registrados.

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Estudos apontam que seria possível retirar 600 mil toneladas de lítio por ano do lago Salton, que fica na Falha de San Andreas, uma falha geológica provocada pela constante atividade sísmica numa região de placas tectônicas.

O lago Salton foi formado em 1905, depois de uma subida do nível das águas do Rio Colorado devido a um erro de cálculo de uma obra. É um lago de água salgada com 889 km² de área.

O lítio é considerado um dos minerais mais importantes do mundo devido à sua utilização para as tecnologias mais básicas da atualidade. Um relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia aponta que a demanda pelo lítio teve um aumento expressivo entre 2017 e 2022.

A alta procura pelo mineral se deve à necessidade cada vez maior do setor de energia. Segundo a agência, triplicou a demanda geral por lítio, usado na fabricação de baterias de veículos elétricos.

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O lítio também é usado na fabricação de baterias de celulares, notebooks, indústria farmacêutica (antidepressivos), produção de graxas/lubrificantes, vidros e cerâmica. O lítio pode ser localizado em rochas e salmouras (em formas de sais) ao redor do mundo.

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O lítio é extraído dos minerais espudomênio, lepidolita, petalita e ambligonita. Dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) mostram que 23 países do mundo têm reservas de lítio, com estoque de 98 milhões de toneladas.

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A América do Sul, Oceania e Ásia são os continentes com maior concentração de reservas de lítio no mundo. Segundo o USGS, o Chile detém a maior reserva de lítio do planeta (46,6%), com destaque para o Salar de Atacama.

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A Austrália, onde ficam o Mount Caitlin e o Mount Marion, vem na sequência com 28,9%. No Brasil (0,5%), os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais têm reservas de lítio.

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O Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, concentra 85% das reservas brasileiras, com um estoque estimado em 470 mil toneladas.

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No entanto, o mercado está aquecendo e algumas previsões indicam desabastecimento em 2025.

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Com o interesse cada vez maior pelo mineral, especialistas temem que as tradicionais perfurações e a criação de enormes piscinas de evaporação agravem ainda mais a crise ambiental.

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