O jovem venceu ao investigar a resistência da dobra Miura-ori, conhecida por se expandir e colapsar com precisão e que pode ser aplicada em estruturas emergenciais.
Wu dobra origami há mais de seis anos e recentemente passou a criar seus próprios modelos. Assim, ele testou durante meses quanto peso o Miura-ori conseguia suportar.
Para isso, usou diferentes variações de largura, altura e ângulo. Nesse sentido, realizou 108 testes com 54 versões dobradas à mão.
Além disso, p peso aguentado pelos origamis foi testado com livros – depois de usar todos que tinha em casa, ainda adicionou pesos de academia.
Mais de dois mil estudantes se inscreveram na competição. Porém, apenas 300 foram selecionados e, entre eles, 30 avançaram para a fase final em Washington, D.C., onde apresentaram os projetos e participaram de desafios em grupo.
De acordo com os organizadores, Wu se destacou não apenas pela pesquisa, mas pela capacidade de liderança e de resolver problemas sob pressão.
Com isso, o adolescente pretende usar o prêmio para financiar seus estudos e já sonha em transformar o projeto em algo aplicado no mundo real. Entre as ideias do jovem talento, está a criação de um protótipo de abrigo emergencial dobrável.
'Um problema das estruturas emergenciais atuais é que, por exemplo, barracas às vezes são fortes, às vezes conseguem ser compactadas em tamanhos muito pequenos e às vezes são facilmente montáveis', explicou Wu ao Business Insider.
'Mas quase nunca reúnem as três características ao mesmo tempo. O Miura-ori pode potencialmente resolver isso. Percebi que o Miura-ori é realmente forte, leve e se dobra de forma extremamente compacta”, acrescentou.
A história do origami começa com a chegada do papel ao Japão no século VI, vindo da China, onde inicialmente foi usado em rituais religiosos e cerimônias, como nas decorações de casamentos xintoísta e embrulhos.
A arte se popularizou no Período Edo, entre 1603 e 1868, com o barateamento do papel, tornando-se um passatempo e, mais tarde, parte da educação infantil.
As primeiras dobras eram simbólicas e cerimoniais, usadas para embalar oferendas e em casamentos para representar noiva e noivo. No Período Muromachi, entre 1392 e 1572, surgiram regras de etiqueta para as dobras cerimoniais e embalagens decoradas.
A palavra 'origami', que significa dobrar papel, existe desde o Período Heian, mas hoje é um termo inclusivo para dobraduras de papel de qualquer cultura.
O origami moderno foca em transformar uma folha quadrada em uma escultura usando apenas dobras, sem cortes ou cola.
A história de Sadako Sasaki e os mil tsurus, símbolo de cura e paz mundial, solidificou o origami como uma mensagem universal de esperança.
Na virada para a era moderna, o origami foi introduzido na educação infantil no Japão. No entanto, a verdadeira revolução e difusão global ocorreram graças a uma figura central: Akira Yoshizawa, considerado o pai do origami moderno.
Yoshizawa inventou um sistema padronizado de símbolos e setas na década de 1950 para representar graficamente as instruções de dobragem. Por fim, outras culturas também tiveram suas próprias tradições de dobrar papel, como a papiroflexia na Espanha.