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Tânia Maria troca o cigarro por um sonho chamado Oscar


Tânia Maria, atriz potiguar de 78 anos, vive um momento inesperado de reconhecimento após destaque em 'O Agente Secreto' como Dona Sebastiana. Moradora de um pequeno povoado do Rio Grande do Norte, ela chegou ao audiovisual por acaso, ao ser convidada para 'Bacurau'.

Por Flipar
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Desde então, acumulou seis filmes e passou a ser citada por veículos como The New York Times, Variety e The Hollywood Reporter como possível candidata ao Oscar. O jornal americano destacou até a naturalidade com que ela fuma em cena, hábito que manteve por mais de seis décadas.

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Para não perder novas oportunidades, Tânia decidiu parar de fumar e agora sonha em viajar para a cerimônia do Oscar, rejeitando qualquer limite imposto pela idade.

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Embora o tabaco seja notoriamente prejudicial à saúde e, em muitos casos, fatal, o cigarro ainda é largamente consumido. E campanhas de conscientização tentam desestimular essa prática. Dia 29 de agosto é Dia Nacional de Combate ao Fumo, aliás.

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O cigarro como instrumento de inclusão é um problema que foi debatido desde os tempos áureos do cinema, quando o fumo era considerado charmoso.

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Impossível saber o alcance do mal causado pelos filmes da época na saúde dos espectadores, tamanha a quantidade de personagens fumantes que inspiraram jovens ao longo de décadas. Nos anos 1920, o cigarro representava glamour e rebeldia.

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Muitas vezes, uma metáfora para a sedução, como em 'A Carne e o Diabo' (1926), com Greta Garbo. Entre as décadas de 1930 e 1960, houve uma sucessão de filmes em que os atores fumavam em ambientes que atraíam a atenção pelo requinte e autonomia.

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James Dean, jovem e belo ator que servia de inspiração para milhares de fãs, apareceu fumando no clássico 'Juventude Transviada' (1955). Olhe a foto e pense: quem, na época, não acharia um charme?

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A bela Audrey Hepburn com sua piteira marcou época - um gesto hoje condenável.

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Humphrey Bogart, no clássico 'Casablanca', interpreta o charmoso Rick Blaine. Personagem tão cativante que divide o coração de Ilsa Lund (Ingrid Bergman). E em cenas atraentes, ele dava uma tragada no cigarro.

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Bette Davis foi uma das atrizes que mais vezes apareceu na tela com um cigarro nas mãos. Era um companheiro quase permanente.

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O cigarro era até mesmo um instrumento de sedução, como nesta cena de 'Now Voyager' (1942), em que o galã Paul Henreid acende o cigarro de Bette Davis, ambos num clima de sensualidade.

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Aqui é o oposto. A mulher é que acende o cigarro do homem. Clark Gable, símbolo sensual de sua geração, dá aquela olhada em Joan Crawford com o cigarro a postos.

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Marlene Dietrich foi outra, quase sempre com um cigarro na boca na personagem. A atriz chegou a fazer propaganda de cigarro. No cartaz, ela aparece sofisticada, maquiada, com cabelos alinhados, vestido de gala, e uma piteira. A propaganda diz que o Lucky Strike é mais brando que outros.

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Os filmes de faroeste também não largavam o cigarro. Clint Eastwood, um dos ícones do western americano, desejado pelas moças e por rapazes em sua época de herói, a todo instante tinha um cigarro na boca.

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John Wayne e Gary Cooper chegavam a receber dinheiro de fabricantes de cigarro para promover o produto nos filmes. Ambos morreram de câncer. Na foto, propaganda da marca Camel feita por John Wayne.

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Mais recentemente, o cigarro ainda marcava presença, embora com menos intensidade e sem associação a charme e elegância. Além disso, passou a haver uma resistência a esse tipo de apelo.

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Tanto que o cartaz promocional do filme Coco Chanel foi vetado, em 2009, na publicidade na França, pois tem Audrey Tautou segurando um cigarro - o que foi considerado uma propaganda de cigarro (proibida no país).

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Hoje, o apelo pelo cigarro já foi bastante reduzido. O cinema parou de glamourizar o fumo. Não há mais propaganda de cigarro. E os alertas são explícitos nas embalagens numa tentativa de dissuasão.

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